Esta semana outro celeuma! A lei da palmada, agora chamada Lei Bernardo. No título que dei ao post, você deve ter percebido que eu não quero falar do episódio envolvendo Xuxa, não porque eu ache que não há o que falar, mas porque acho que muito já foi dito e há, também, outras questões que merecem minha atenção.
Eu não entendo os que legislam! Ou melhor, eu não entendo a maioria dos que legislam. Os que se dizem preocupados com a infância e que fecham os olhos ao que ocorre debaixo de seus próprios narizes, muitas vezes até com sua contribuição. Eles dizem que querem salvar nossas crianças! Se dizem preocupados com elas. Propõem lei da palmada e vociferam que precisamos de creches e escolas de horário integral! Muito preocupados com nossos filhos e com tudo que lhes ocorre. Pra mim, essa preocupação parece contraditória.
Todo dia em minha cidade alguém passa nos sinais, comparece aos restaurantes e supermercados e vê crianças pedindo trocados ou limpando vidros em troca de dinheiro. Menininhas semi nuas ficam ali misturadas aos que pedem ou tentam passar detergente com água nos vidros do carro. É assim em outras grandes metrópoles do meu país. Os pais, muitas vezes, estão exatamente lá, esperando os trocos dados pelos motoristas, já que crianças no sol quente são mais convincentes. Alguém criou uma comissão no congresso pra propor soluções executáveis pra isso? Não que eu saiba!
Então aparece gente famosa junto com deputados propondo a grande solução para uma infância feliz. Não sei porque os famosos. Sim! Aqueles que eu vejo nas revistam com duas babás atrás com as crianças até mesmo nas férias. Nada contra aquelas pessoas fazendo algo para sobreviver. Mães que não podem segurar os filhos no colo ou não podiam sequer quando estavam de férias…sei lá pra não amassar a roupa ou ganhar um banho de vomito, como muitas de nós mamães quando os filhos estão doentes. Não tenho nada contra que outras pessoas segurem nossos filhos pra que descansemos a coluna. Graças a Deus pelas avós e os avôs, tios,primos mais velhos e amigos da família! Mas é estranho que gente que nunca vi sujar os pés de areia na praça, passar a madrugada acordada porque o filho está com o nariz congestionado ou com febre, gente que passa no máximo 10% do seu dia com uma criança, ache que pode sentar na sala da minha casa e me dizer algo sobre como educar meus filhos! Ah, sim. ..eles leram um monte de livros sobre psicologia positiva…
Alguma mãe foi chamada para essa conversa? Ah, eu esqueci pra muitos deles quem discorda é desinformado e tem pouca escolaridade, como costuma dizer um deputado bem conhecido: Vão estudar!!! Deixem que a ciência e o saber lhes abram os olhos!
Engraçado…esses que defendem o ensino que deve valorizar o conhecimento popular na escolarização, bla, bla, blá...que dizem defender os oprimidos situam a escolaridade e a pretensa intelectualidade questionável como uma especie de mais valia. Mães não devem ser ouvidas, afinal quem gasta mais tempo em casa do que fora dela é de cara taxada como de baixa escolaridade! Sendo isto verdade ou não. Alguma de nós foi convidada para uma conversa? Parece que não! Isso é uma forma de opressão? De desvalorizar o outro? Paulo Freire se cala nessa hora?! Volta ao túmulo? Sim, eu estou sendo irônica!
Relações horizontais! Gritam alguns deles! Somos contra a verticalização na educação dos filhos. Que as crianças decidam tudo em igualdade! Queridos, respondo eu, exerçam isso em suas casas! Se der certo escrevam em seus diários e vendam livros com os relatos. Pra mim crianças precisam de relacões de cuidado. Relações de autoridade, não de poder como apregoam! Esta é a diferença! Alguém experiente que toma as decisões porque tem condições de ser protetivo na relação com aqueles mais frágeis. Ah, eu esqueci pra eles quem faz isso é o Estado, com seus representantes pouco efetivos porém movidos a propaganda e medidas populares. Preocupação com a infância…sei…Isto me cansa terrivelmente!
Antes de encerrar deixem que diga que sou contra a violência porque já vi suas marcas em muitas crianças. Inclusive sou contra a violência do abandono e da negligência, também. Sei que educar e disciplinar uma criança é um das tarefas mais difíceis na vida dos pais. É mais difícil ainda para pais cristãos, inclusive porque não gira em torno da nossa raiva, estresse ou frustração. A Bíblia até nos instrui sobre isso que tenhamos o cuidado de, ao impor limites, não faze-lo de forma que esmaguemos o espirito dos nossos filhos deixando-os desencorajados. Educar nossos filhos e disciplina-los gira em torno deles, da formação do caráter deles. Como pais muitas vezes lutamos insistentemente contra aquilo que pode ser destrutivo na vida de nossos filhos. Isso exige paciência e firmeza. Pra pais que entendem a instrução bíblica crianças não são disciplinadas porque nos tiram a paciência ou irritam. A ira do homem não opera a justiça de Deus! É difícil educar à luz da Bíblia. Todo dia milhares de mães e eu nos esforçamos para formar caráter. Por isso nobres deputados e senhores famosos pra mim é difícil ver vocês querendo sentar na sala da minha casa e dizerem, sem ouvir quem realmente educa, como devo educar os meus filhos. Eu me pergunto quando foi que deixamos de ter voz ativa na educação dos nossos filhos e vocês passaram a decidir tudo!
Eu encontrei uma senhora comemorando a lei nova. Não sabe ela que ontem eu encontrei sua filhinha menor que Benjamin toda molhada, descalça, sozinha com a fralda cheia de urina e gripada e avisei a alguém que estava com ela que aquela criança precisava ser trocada e cuidada. Ela está preocupada com o filho alheio enquanto sua filha é vitima da negligência! Preocupada com o filho alheio e a sua pequena e frágil garotinha a merce do abandono. Ah, vão de fato criar os filhos que tiveram! Depois voltem e conversaremos.
Ana Cláudia, excelente texto. Parabéns!
ResponderExcluirGemima Barros.
Filha,parabéns,
ResponderExcluirmuito bom o texto é isto ai, não podemos nos intimidar de falar a verdade,
o exemplo fala mais alto que as palavras.
Judite Alves
Perfeito. Como bem diz um post que corre pelo Face... "A lógica esquerdista: dar palmadas nos filhos não pode. É crime. Assassinar enquanto eles ainda estão no últero, isso pode".
ResponderExcluirAna querida!
ResponderExcluirPaz...Ainda estou com o choro engasgado após ler teu texto. Outro dia ministrando um curso na universidade dei como exemplo uma situação que vivemos com nosso filho, espontaneamente relatei como educamos e estabelecemos os limites para Miguel. Tive que aguentar as inúmeras observações que não era assim que se educava. Hoje costumo dizer: - Gente, sinto muito, mas da porta de casa para dentro, sabemos eu e meu esposo como conduzir nossos filhos! Obrigada querida, seus escritos nos animam e nos mostram que não estamos sozinhos. Fraterno Abraço. Karla Daniele
Texto excelente. Oremos pelas famílias de nossa nação, que vêm dia após dia sendo atacadas por padrões que desvalorizam o papel que Deus preparou para elas que é; educar, cuidar, amar e proteger.
ResponderExcluirDr. Ana Claudia, pazdo Senhor! Excelente texto, sou leitora do seu blog e amo as publicações.
ResponderExcluirSou mãe em tempo integral e sou totalmente a favor da lei, criança não merece apanhar para aprender, tenho é dó dos pais que acham que a única forma de educar é através da violência, deixar que seu filho tenha medo de você o que é isso gente, e sabe porque tanta gente discorda desta lei? Porque é muito difícil para muitos pais impor respeito aos filhos, ou fazem tudo que eles querem ou partem pra covardia. Essa lei veio para acabar com a ignorância de muitos pais que se acham no direito de bater nos filhos pois eles sabem como ensinar, a vá... Sonho com um mundo onde as crianças e os adultos não conheçam a violência e com certeza muitos pais também, mas querem um mundo sem violência ensinando a bater no outro quando não fazem o que querem. Lamentável.
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ExcluirOi querida, exclui o comentário por que estava com um teclado desconfigurado o que acarretou erros ao meu texto. Respeito sua opinião. No entanto, meu texto é sobre a intromissão do Estado na família. Há discordancias em outros aspectos que me parecem bem mais profundos.
ExcluirSou contra violência infantil e fiquei chocada com o tanto de pessoa que é a favor da violência. Mas como vc disse, educar não é fácil, e bater é a solução mais rápida pra resolver um problema. Educar não é pra qualquer um não, espero que um dia você mude de idéia.
ResponderExcluirAh e também sou mãe de um guri de 2 anos, sou mãe em tempo integral e meu marido viaja e só retorna a cada 15 dias. Só pra constar.
ResponderExcluirOi Michele, tudo bem? Obrigada por sua opinião. No entanto, não sei em qual dos meus argumentos você encontrou elementos para concluir que sou a favor da violência. Se você ler os meus posts anteriores, que é o contexto que daá sentido a minhas palavras você verá que também não acho que a educação dos filhos deve ser construída a partir de soluções rápidas. Formar carater exige tempo e dedicação.. No entanto, sou contra a intromissão do Estado na familia.
ExcluirContinuando minha resposta, veja como isto não é simples. Em primeiro lugar, se propõem o dialogo como ferramenta, por que não dialogam com os pais? Outra coisa, não há nenhum tipo ee violência que não seja coberta pelas leis vigentes que sequer são cumpridas. Entende? No entanto o que vejo é uma tentativa do Estado de se impor e totalutariamente assumir as diretrizes da educação das crianças. Esta semana vi um comentário de un cidadão que propunha que a solução era afastar os filhos dos pais retrogrados e autoritários e educa-los nas escolas em tempo integral. Isto me parece medonho. Você qcha mesmo que essa lei vai resolver o problema da violência contra crianças? Eu acho que não! Sobre você ser mãe. Eu ouviria com mais atenção sua opinião no congresso que a de celebridades...
ExcluirFinalmente, e desculpe se sou enfadonha, a presença de celebridades em discussões no congresso me parece mais uma tentativa de pressionar que de discutir. Não é a toa que no senado não quiseram passar a tal lei pelas comissões, apenas aprovar a tal lei. Sobre sua esperança que eu mude, eu nunca vou aceitar a intromissão e imposição massificante do Estado no âmbito da família, nos casos abusivos a legislação vigente, que sequer é cumprida, já é suficiente.
ExcluirPor último, desculpe os erros de pontuação é que meuteclado and desconfigurado um abraço!
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