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quinta-feira, 12 de março de 2020

Princípios norteadores para educar os filhos numa abordagem intencionalmente bíblica- Parte 1



   
É incontestável que estamos a lidar com um mundo que é cada dia mais hostil à fé cristã e ao modo de vida que esta impõe. Não tem sido fácil fazer face a esse fato e remar contra a maré num mundo que parece validar qualquer tipo de crença desde que ela não pertença ao Cristianismo. 

  No cenário prático, isso parece sequer ser notado. O dia-a-dia apertado que cada vez exige mais dos pais fora do lar tem ofuscado discussões desse tipo. O grande desafio de muitas mães com quem lido no meu dia-a-dia é guardarem energia e tempo para trabalharem com filhos cansados de um dia que é quase uma maratona. Na realidade,  ao chegar em casa,  eles só querem relaxar. Soma-se a isso o fato de que, muitas vezes, elas (as mães) acumulam tarefas domésticas e cansaço também. Essa realidade parece quase uma imposição e a sobrevivência material cada vez mais exigente , se não tivermos cuidado, torna os lares em dormitórios e os filhos vão crescendo sem relação de qualidade com os pais, rumo e direção. No entanto, fomos chamados a viver a diferença e a encarar a nossa época e responder a ela. Eu penso em Joquebede, mãe de Moises, que era parte de um povo escravizado não tinha uma vida de rainha, mas isso não impediu que seu filho desenvolvesse a identidade hebreia. Mesmo estando no palácio, o coração de Moisés era hebreu. Isso mostra que como mãe aquela mulher comum exercitou seu papel. 

  Por mais difícil que seja tua rotina e por mais desafiante que nos seja ser mãe, há uma missão entregue. Não sei se é teu caso mas eu oro por filhos que sintam parte do Israel de Deus mesmo que estejam no palácio. Filhos que tenham uma clara consciência de que pertencem a Deus não são fruto do acaso ou de uma natureza intrínseca boa, eles são fruto de um trabalhar constante do Espirito Santo e Deus usa os pais como instrumentos seus nesse processo que ocorre e gera uma identidade e coração transformados.

   Como dissemos anteriormente, vivemos num tempo difícil,  nomeado como pós-cristão e como a era da pós-verdade. Nele, os pilares da fé são cada vez mais relativizados. Todavia, é o mundo que se Cristo não voltar nossos filhos são chamados a enfrentar e confrontar, sem se amoldarem à sua forma de pensar e agir (Rm 12.2). Há alguns princípios que precisam nortear a educação dos pequeninos e aos quais precisamos estar atentas como mães. Listarei alguns que parecem importantes de serem estabelecidos e vividos na nossa maternidade. 

1. O Principio do salvamento único e suficiente:

   Abra sua Bíblia em João 3:16. Podes achar que esse versículo nada tem a ver com o tema, todavia, tudo começa aí! Há nele, alguns elementos que precisam ser ressaltados para qualquer criança.


  • Deus amou o mundo: Ele não amou pessoas boazinhas. Ele amou o mundo pecador. Ele amou as pessoas e providenciou uma solução para seu estado de condenação eterna e separação dEle.
  •  Deus Agiu: Ele deu seu Filho, Jesus Cristo, para fazer por nós que nós mesmos não podíamos.
  • Embora Deus tenha providenciado o resgate, faz-se necessário que a fé seja gerada no coração.
  • A morte de Cristo  nos ofereceu uma nova oportunidade e nos livrou das consequências irrevogáveis do pecado (perecer).
  • A morte de Cristo nos garante uma eternidade com Ele, propósito com o qual Ele nos criou (vivermos eternamente em. comunhão com Ele).


Talvez penses  que esse verso não se aplica ao teu filho, pois ele frequenta a igreja desde teu ventre. Se leres Romanos 3.23, entenderas que todos somos pecadores e precisamos de um salvador. Toda pessoa salva, passou por um processo em que seus olhos foram abertos para as verdades de Deus e o plano da salvação. Mesmo quem não tem um dia memorável em que respondeu ao apelo de alguém, foi aos poucos dando-se conta das consequências do pecado e do plano salvifico da cruz. Sem crer em Cristo e no seu sacrifício aplicado a nós individualmente não há salvação.

O teu filho precisa ser apresentado ao amor infinito, imensurável e suficiente de Deus. Precisa entender que o maior e mais necessário presente de Deus é o sacrifício de Jesus na cruz do calvário. Fale para ele o plano da salvação do começo ao fim! Nunca canse de falar sobre. Conte que Deus o ama que Jesus venceu o pecado na cruz por amor a ele. A salvação é uma experiência transformadora!

É importante  investir na santificação de seu filho,  mas antes invista ardentemente em sua salvação. Se ele receber a Cristo como salvador, logo poderá operar a salvação (Fp 2.12) e o Espírito Santo começará a atuar no viver dele. Como mãe, tu deves ser um instrumento de Deus para dirigi-lo no habito da oração e da leitura da palavra. A porta para o reino de Deus é a salvação. A vida santa e piedosa deve ser fruto da salvação e da busca por desenvolver o caráter de Cristo. Isso não é pouco relevante mas se não for fruto de um encontro com Deus, nada será. Ora pela salvação do teu filho. Ele pode conhecer as historias da Bíblia, mas da mesma forma que conhece fabulas e contos com lições morais. É preciso que ele saiba que a palavra é viva e eficaz e que o centro dela é o sacrifício de Cristo, o cordeiro imaculado. Ore todo dia, como um pregador comprometido com o evangelho da cruz,  para que sejas um instrumento de Deus na pregação do evangelho a teus filhos. Fala com ele numa linguagem simples e direta. Peça sabedoria a Deus e que o Santo Espirito o convença (Jo 16.8)

A transformação genuína só se dará se os olhos de teus filhos forem abertos. Eles precisam olhar para o mundo e acha-lo muito pouco diante do tesouro que têm dentro. Encontrar seu tudo em Cristo fará com que eles não sejam tentados a colocar o coração em coisas mundanas e fúteis.  Lutar para que seus filhos recebam a Cristo como salvador e Senhor é a prioridade.  Muitos pais ensinam a seus filhos uma lista, um código moral. Logo, assustam os filhos com o inferno e treinam seu comportamento com punições. Isso tudo surte um certo efeito, mas não chega ao coração.  

Se teus filhos não dão sinais de viver a salvação em Cristo, de operarem a sua salvação, se pecar não os leva ao arrependimento genuíno, temos aqui um problema:eles não valorizam o sacrifício de Cristo, logo há um sinal amarelo ou vermelho que pede que pares e análises a situação. Que dizem os seus passos? É ele alguém que goza da salvação e dá passos no caminho da santificação?
Essas perguntas levam-nos ao próximo princípio que segue uma salvação genuína.

2. O principio da Santificação e discipulado constante

Hebreus 12.14 nos diz: "Segui a paz com todos e a santificação sem a qual ninguém verá ao Senhor". A santificação é o segundo aspecto que deve permear a nossa relação como discipuladores de nossos filhos. Eu introduzo aqui o termo discipuladores porque quero levá-la à compreensão de que antes de pensar sobre a santificação de nossos filhos precisamos pensar por quê e para que estamos a educá-los.
Como mãe, podes educar o teu filho para o sucesso académico e para muitos outros propósitos. Podes ensinar-lhe uma moral rígida e treinar o seu comportamento, nada disso é errado em si. Todavia, isso não deixa claro seu propósito de ser instrumento de Deus na santificação de teu filho, nem torna-los discípulos do mestre amado. Uma das realidades que mais impactou meu coração e tem norteado o rumo da educação daqueles que o Senhor me confiou junto com meu marido é a ideia de que estou a educar e instruir meus filhos para os propósitos de Deus. Não é uma questão de suprimir comportamentos que  nos irritam e permitir aqueles que não nos incomodam. Pais que têm consciência que a vida de seus filhos têm propósitos divinos não podem negligenciar o compromisso de educa-los na direção que a palavra de Deus ordena.

Ao morrer por nós na cruz ,Jesus mudou a nossa  situação frente a Deus e ao pecado. A Bíblia nos diz que Ele desfez a separação que existia entre nós e Deus, anulando nossa divida com o Pai celestial (Ef 2.11-15). Por pequeno que seu filho seja, ele precisa compreender que ao aceitar a Cristo, ele é feito filho de Deus e morada do Espirito Santo. Ele hospeda no controle de sua vida um conselheiro e consolador (Jo16.13, I Jo 2.24-27) e tem acesso à palavra de Deus através de seus pais e de suas próprias leituras bíblicas, quando ja sabe ler. Muitos pais pensam que devem apenas reforçar o que seus filhos aprendem na igreja quando tiverem tempo. Todavia, não é isso que a Bíblia diz. O dever da instrução é primariamente seu como mãe e do pai, se ele também serve a Cristo. Provérbios 22:6 deixa claro que papel temos na vida de nossos filhos.

Quando se tem consciência que se é templo e morada do Espirito Santo é preciso investir na leitura da palavra, oração e vigilância ( que o apostolo Pedro vai chamar de sobriedade, ser sóbrio, estar atento- 1Pe 5.8-9) para desenvolvermos o caráter de Cristo em nós. A vida cristã é dinâmica e você é chamada a semear com vigilância e fé e ensinar seus filhos  a observarem as próprias veredas ao escrutínio da palavra . Se você ler a parábola do semeador, verá que não se trata simplesmente da semente do evangelho chegar ao coração de seus filhos, mas de haver um solo propicio ao progresso da semente. Temos a responsabilidade de disponibilizar a palavra e também de trabalhar diligentemente em oração para que ela possa prosperar. 

Assim como o apostolo Paulo foi chamado a pregar aos gentios e  não deixava de dar-lhes o genuíno alimento espiritual, fostes chamada a alimentar teus filhos com a palavra de Deus e orientá-los no caminho da santificação. Os termos santo, santificar, santificação são derivados do latim sanctus. Esse vocábulo geralmente é utilizado para traduzir o termo hebraico qadash  e no grego  está ligado ao substantivo hagiasmos  e ao verbo "hagiazo" . Ambos os termos conotam separação, consagragação. Isso significa que como tu, teu filho foi chamado para viver uma vida separada do curso do mundo (Rm12:2), uma vida diferente. Quando o apostolo nos adverte que não nos conformemos com o mundo que nos cerca (não nos moldemos a ele), ele claramente nos aconselha sobre vivermos em  oposição a isso uma vida transformada pela renovação do nosso entendimento, a fim de experimentarmos viver para o propósito que completa perfeitamente nossa existência (experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus). Se nossos filhos não estiverem a ser guiados nesse caminho, eles não experimentarão plenamente o propósito de sua existência. É possível dizer que uma criança ou jovem que tem sua mente capturada pela modelagem social e emocional do mundo, ou tempo em que vive, não poderá ter uma vida plena em que seus dons e talentos sejam empregados com exatidão ao propósito porque Deus o fez existir.

Viver em santidade enquanto se cresce indica que a forma como a criança relaciona-se, constrói sua auto-imagem e seu auto-conceito,  estabelece metas e prioridades, usa suas palavras e tempo, como faz qualquer coisa. Enfim, não é a mesma proposta pelo mundo ao seu redor e tu fostes chamada para introduzi-lo nesse caminho, caminhar com ele até o dia em que possa fazê-lo por conta própria. Levar nossos filhos à entenderem a necessidade da comunhão da oração, à busca por modelar seu caráter pela palavra de Deus e uma vida que o louve e glorifique é vital. Não é uma tarefa fácil, nem que deva ser desenvolvida por conta própria. Assim como um pastor  consagrado e entendedor de sua responsabilidade ora e chora diante de Deus para guiar seu rebanho, velar pelas almas de nossos filhos é um exercício que demanda constante dependência do Senhor.

Muitas mães estão preocupadas, legitimamente, em suprir tudo que podem materialmente aos filhos. Não vou deslegitimar essa busca. É normal que queiramos dar o melhor a nossos filhos. Todavia, é importante que nada substitua o processo de formação de nossos filhos como discípulos de Cristo. O papel de discipular é seu como mãe e também do pai, obviamente. Todavia, como este é um blog para mães, gostaria de centrar nossa conversa tendo como alvo a ti, mãe. Quando lemos o livro de Atos dos Apóstolos, vemos que o Espirito Santo impulsionou os discípulos não apenas a falar do amor e do juízo divino mas também a fazer discípulos. A palavra era pregada, cartas aos filhos na fé eram enviadas. Em Efeso, o apostolo Paulo chega a arrendar um imóvel e ali fazer um espaço de ensino da palavra para discipular os crentes. Paulo sentiu dores de partos para que Cristo fosse gerado nos crentes que evangelizou, mesmo na prisão, sua preocupação com a fé genuína e o caráter de Cristo gerado nos crentes era tão notável que, condenado à morte, se preocupou mais em escrever cartas inspiradas pelo Espirito Santo que em trabalhar para não morrer. Era uma entrega genuína, em que se gastou e se deixou gastar pelas almas daqueles a quem guiou no caminho do Senhor.

Não é simplesmente dizermos a nossos filhos pode isto e não pode aquilo. Trata-se de sedimentar bases solidas e firmes na palavra. Aqui, gostaria de louvar a Deus pela vida do meu pai e da minha mãe que mesmo em simplicidade tinham a compreensão de que precisávamos, como filhos, de um fundamento firme na rocha. Nunca se tratou de serem pais perfeitos, mas de amarem ao Senhor em fidelidade e levarem a sério essa responsabilidade. No lar em que cresci, eramos instados a ler as sagradas escrituras e orar. Meus pais eram incapazes de terceirizar para o departamento infantil da igreja a nossa formação como crentes.

Todavia, ao enxergar hoje isso de um outro lugar, o de mãe, vejo que há um fator importante também, o de nós estarmos preocupadas em desenvolver o caráter de Cristo em nós. O lugar de mãe é difícil porque temos também de ter o nosso altar pessoal em dia e estamos também caminhando com Cristo. Esse é um chamado e propósito que gera dores. Uma mãe que busca viver uma vida santa e vigiar suas veredas, ensina também os filhos com sua piedade não fingida.Ao falar sobre o assunto o apóstolo Paulo diz que sente dores de parto para que Cristo seja gerado nos crentes. Não espere que seja diferente, mamã. De fato, a mesma responsabilidade que um pastor tem com suas ovelhas , Deus deu a você por seus filhos. Por essa razão, conhecer o Senhor através de sua palavra, ter uma vida de oração e consagração a Deus e depender do Espirito Santo é primordial. Muitas vezes, lidamos com a educação de nossos filhos como se não exigisse nada de nós, o que não é verdade. Não precisarás fazer um curso universitário para isso. Precisarás conhecer a Deus através de sua palavra e da comunhão da oração. 

Ontem, eu tive o privilegio de ver o testemunho de um atleta americano. Na verdade, eu cheguei naquele video por conta do Ravi Zacharias. Era uma conversa com Ravi, o atleta e um mediador. O que gerou admiração e esperança foi o depoimento desse atleta sobre o que impactou sua vida e o fez seguir a Cristo. Ao ser perguntado se frequentou a igreja como criança, ele falou que sim. Todavia, foi especifico em asseverar que ir à igreja não o impactava enquanto era pequeno e crescia. Ele não explicitou as razões muito claramente, ou talvez eu fui tão impactada pela declaração que veio a seguir que sequer gravei bem as razões. Então, aquele jovem homem falou que a vida piedosa de seus pais tornou a verdade inescapavel para ele. Ver seu pai dedicando-se à palavra e vida de fé genuína capturaram a atenção daquele homem quando era criança e o fizeram render-se a Cristo Jesus.

Nossos filhos aprendem. Aprendem pela palavra pregada, aprendem pela sua participação na igreja, mas nosso exemplo como mães é forte e gera também um autentico discipulado. o apostolo Paulo aconselha os crentes de Corinto a seguirem seu exemplo na devoção em imitar o mestre. Paulo tinha a preocupação de oferecer sua vida como exemplo (I Co 11.1) e aconselha explicita e detalhadamente a Timoteo sobre sua responsabilidade em ser o exemplo dos fieis. Teu exemplo como mãe cristã, tendo uma fé sem fingimento (como a descrita em II Timoteo1:5), será uma referência na vida e jornada de teus filhos. 
Na jornada de aconselhamento e escuta, tenho sido tocada pela forma como muita gente repete padrões de comportamento presentes em seu seio familiar em seus momentos de dificuldade.  Deixamos inscrito no repertório de nossos filhos formas de reagir aos fatos e compreender realidades. Uma vez, lendo a biografia de um homem criado num lar cristão que tornou-se ateu e depois de muitos anos voltou à crer em Deus, li uma frase muito interessante. Em sua biografia, ele dizia que era necessário ter cuidado com aquilo que era gerado nas primeiras experiências de uma pessoa. Ele afirmava que era comum que, mesmo depois de afastar-se e renegar sua historia, a pessoa voltasse para aquilo que em algum momento se mostrou sólido e cheio de significados. Nossos filhos estão lendo a nossa vida e construindo sentido nela do que significa ser discípulo de Cristo. O apostolo Paulo podia dizer tomem o meu exemplo, o exemplo de alguém focado em imitar a Cristo. Seja uma boa referência e semeie a palavra no coração de seus filhos. ajude-os a lutar contra o pecado na medida em que você também luta contra ele em sua vida diária. Quando errar, mostre arrependimento e peça perdão a eles e ao Senhor. Não ache desculpas em seus filhos para o seu pecado. Seja um discípulo autêntico do Senhor. 

No próximo post, falaremos de alguns princípios que são desdobramentos deste que descrevemos. Eles são importantes, por isso embora sejam parte do processo  de santificação queremos dar especial destaque a cada um, pois são bastante abrangentes.
São eles: o princípio da palavra abundante, da comunicação abundante, da graça e misericórdia repartidas, da vigilância e prudência e da observância dos frutos.
Espero ter edificado sua vida como tenho sido edificada com essa reflexão. Que sejamos instrumentos de Deus na vida de nossos filhos.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Levando a mensagem de salvação aos pequeninos- Parte 2

Olá, mamães queridas!

 Que nosso coração esteja repousando na segurança de estarmos abrigados sob as asas daquele que tudo pode!
Começo assim, pois falar desse tema me remete à necessidade de compreender que carecemos da graça divina.  São 8:53 da manhã, meu dia começou a aproximadamente  quatro horas e andando pela casa e organizando a rotina logo cedo, achei uma frase escrita por uma amiga a muitos anos atrás dentro de uma Bíblia que usei na minha juventude  e peguei para usar. Assim estava escrito: "Quem tudo a Deus entrega para seguir seu chamado, deixando-se em fraqueza à disposição do mestre, dispõe do céu para as menores e mais cotidianas tarefas. Siga em frente!" No silêncio da manhã, cortado pelo barulho de um passarinho nas plantas da minha pequena horta e dos carros que começam a circular, eu percebi o quanto essa verdade é genuína e o quanto o Senhor é fiel e nos fortalece. Depender de Deus é difícil, mas é compensador. Logo a solidão com o criador e minhas ideias foi alterada por uma pequenina linda que me faz companhia todas as manhãs. Olhei para ela e digo a mim silenciosamente que nem minha tese de doutorado foi tão desafiante como ser mãe dela e do seu irmão e conduzi-los no caminho e na instrução do Senhor. Em cada fase deles, um novo jeito de falar e novos desafios. Que eu possa tudo de mim entregar para seguir esse chamado.

Antes que você ache que minhas manhãs são bucolicas, tranquilas e românticas, preciso lhe dizer que eu sou uma alma romântica por natureza e em meu fleuma e melancolia, depois de uma boa xícara de chá ou café, sou tendente a descrever as coisas do modo que faço. Provavelmente, meus desafios cotidianos são como os da maioria das mães comuns. É isso que eu sou: uma mãe igual a você. Então, temos a nossa frente o desafio máximo do chamado à maternidade. Depois de ser inspirada pela frase da minha amiga, gostaria de falar sobre como levar a palavra aos filhos desde o nascimento até os seis anos, idade do meu cavaleiro introspectivo. 

Então vem minha primeira ressalva, olhe para esse post como o de uma mãe que está aprendendo. Não tenho filhos adultos ou jovens que possam confirmar minhas palavras e tudo que tenho são pequenas alegrias e confirmações de percurso. Meu maior anelo é vir a tê-los um dia e dizer aqui no blog, já sessentona, que deu certo e que meu filhos são adultos entregues ao Mestre para seu louvor e gloria (embora eu seja uma ardente apreciadora dos primeiros anos da infância) 😆😆🙏🙏. Veja esse e todo e qualquer post meu, não como o post de alguém que tem autoridade no assunto, mas como o post de uma mãe que tem caminhado e faz sugestões a partir do caminho que tem trilhado. Esses dias alguém me fez uma pergunta e introduziu da seguinte forma: Como especialista em maternidade o que você acha de… Cá comigo, eu sorri, sorri mesmo e a pessoa notou. Não sou especialista! Sou uma mãe caminhando com outras e dividindo a alegria de caminhar com o Senhor em minha fraqueza. Quero também dizer-lhe que antes de ler o post parte dois, você deve ler o primeiro…aqui . Creio, firmemente, que tudo que será dito aqui deve ser colocado sobre a perspectiva do primeiro post. Então vamos lá. Hoje, abordarei a forma como introduzi meus pequenos na pregação do evangelho.

  • 0 aos 18 meses


Imagem: gestantesecia.com.br


Creio que essa é a idade do início.  Não, não é cedo demais. Não espere seu filho entender para introduzir na rotina a fé que sua família abraçou. Deixe que eu explique: raramente uma mãe vai deixar para dizer eu te amo ao seu bebê quando ele entender o que é o amor. Cantamos musiquinhas dos dedinhos, ensinamos a sequencia de números para que eles digam de memória e esperamos o tempo que compreendam os conceitos. Então, por que vamos esperar para pronunciar o nome Jesus para eles? 

O universo de informações e estímulos que privilegiamos na relação com nossos filhos é de primordial importância para seu desenvolvimento. Nessa idade, creio que é importante ter uma rotina familiar já estabelecida quanto à devoção. Primeiro, é primordial que nossos filhos nos vejam com a Bíblia, louvando ao Senhor e orando. Não devemos fazê-lo com a intenção de que eles vejam, apenas. Todavia, é importante que desde cedo eles percebam que há algo que empolga a mamãe e o papai. 

Independente de sua afinação, sugiro que aprenda pequenos corinhos infantis e cante com seu bebê. Mesmo que nos primeiros momentos ele não preste atenção. Cante! As crianças são capazes de capturar os sons e informações do ambiente, mesmo quando brincando. Selecione algumas canções da salvação, hinos do hinário que sejam mais simples e salmos musicados. Use gestos, palminhas, pandeiros, chocalhos e chame atenção deles. Uma dica interessante é pegar a melodia de hinos e cânticos já existentes e colocar a letra de salmos ou versículos bíblicos. Ponha áudios com os hinos do hinário usado na sua congregação. Não se preocupe com a linguagem! Em algum ponto da infância, eles terão curiosidade de lhe perguntar o significado da palavra. Você ouvirá: Mamãe, o que quer dizer 'levanta Josué pendão'?  E, então poderá explicar … 

Na minha pequena experiência como mãe e professora de E.B.D de crianças pequenas, também tenho visto a importância de introduzir pequeno versículos e ir usando na medida em que o tempo passa. Você pode usar versículos menores ou até partes de versículos. Um dos primeiros que Benjamin recitava, antes dos dois anos era uma parte de Efésios 4:32: Sede bondosos. Depois, use os mesmos versículos ao longo do dia. Uma coisa que aprendi com minha mãe e reproduzi com meus filhos, desde os primeiros momentos com eles, foi  a estratégia de ter versículos fixos para cada momento. Ao acordar, um verso de Salmos, nas refeições, outro verso de Salmos, e ao deitar um outro. Na idade que eles ainda não falavam, eu falava para eles vagarosamente e gesticulando e quando começavam a falar era lindo de ver aquelas boquinhas pequeninas falando a palavra do Senhor. Não deixe de manusear a Bíblia perto deles e dizer que é a palavra do Senhor e conte sempre histórias da Bíblia. 

Use recursos que lhe sejam praticáveis ou que tenha em casa: fantoches, livrinhos, figuras da internet.  Faca-o de acordo com os talentos que você recebeu ou pode desenvolver. Não tenha pressa nem se frustre quando eles desviarem a atenção. Aos poucos, eles vão aprendendo a se centrar. Aponte para as coisas, figuras e fale do criador: Olha, João a lua que Deus fez! Lua! essa é a lua que o Pai do Céu criou. Faça isso na natureza e nos desenhos e gravuras. Faça o culto domestico e ore por seus filhos.  Deixe que folheem uma Bíblia infantil e vá dizendo: Sim, Sarinha! Esse é Davi! Ele venceu um gigante beeem grandão (faça o gesto ). 
Introduza momentos de pequenas orações. Feche os olhos e eles logo aprenderão. E ore por eles quando estão perto. Gosto de fazer uma última oração, entregando-os ao Senhor quando vão dormir. Até hoje, eu mantenho esse hábito. Depois de ler para cada um, eles oram individualmente e eu ponho a minha mão sobre a cabecinha de cada um e faço uma oração por eles.

Bom mamães, essas são as dicas  e sugestões bem simples. Espero que possamos, todas  nós, cumprir com alegria nossa missão, mesmo entre fraldas, panelas, vassouras, leituras… 
Essa série terá continuidade em dois outros posts...
 Até lá!
No amor fraternal que nos une,
Ana Claudia

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Levando a mensagem de salvação aos pequeninos

Olá, queridas mamães,

Duas ou três vezes, mães me pediram que falasse sobre como começar a falar de Jesus aos pequeninos. Desde já quero avisar que esse não é um post simples de três ou quatro passos milagrosos. Pra mim, há simplicidade no fazer, mas há conceitos por trás da maternidade intencionalmente bíblica que não podem ser esquecidos. Em primeiríssimo lugar, eu creio que antes de qualquer coisa, como mães, devemos desenvolver um coração em que a salvação é transbordante e em que a palavra de Deus arde. Esse é o começo de tudo. Não posso reduzir a historia aqui a um conjunto de dicas de faça isso e faça aquilo.

Levar Jesus aos pequenos não se reduz a uma história bíblica contada. Creio que não se resume a que os filhos façam uma oração confessando Jesus como seu Senhor e Salvador. Não ignoro que tudo isso é importante. Todavia, há um trabalho longo que começa no coração dos pais. Como nosso blog é para mães, vou falar para nós pois não sou pai, nem me sinto em posição de dizer-lhes algo, posso falar como mãe, daquilo que o Senhor tem ministrado ao meu coração e tem feito crescer dentro de mim.

O primeiro passo para evangelizar nossos filhos é desenvolvermos nossa salvação, operando-a como o apostolo Paulo aconselha aos filipenses (Fp. 2-12-15). Precisamos deixar que o fato de sermos mães que confessam a Cristo como salvador pessoal transborde e atinja os nossos filhos e que a palavra de Deus passe, em nossos lábios e modo de viver, a ser o centro de tudo. Nossos filhos precisam ser introduzidos à palavra! Eles precisam ouvir e memorizar a palavra! Mas a cada dia sinto e creio ser desafiada pelo Senhor a deixar que sua doce e santa voz seja o centro da minha vida e da maternidade que vivo.  Não preciso só ensinar a Bíblia a meus filhos. A Bíblia precisa ser o centro e parâmetro do nosso lar. Ela tem que também ser o centro da minha vida. Os fariseus sabiam a lei de memória, mas não a amavam!
Eu creio que como a mulher samaritana, uma mãe que tem um coração impactado por Aquele que promete e dá da água da vida a nosso sedento coração não poderá evitar convidar os seus pequenos para conhecer Aquele que é maior que os profetas. A cada dia, e em cada gesto, haverá algo do Senhor a repartir, simplesmente porque somos centradas na Bíblia. Creio que mesmo quando erramos com nossos filhos a nossa confissão de fraqueza, firmada na palavra, testificará a nossos filhos. Ser uma mãe cristã não pode ser um detalhe em nossa jornada materna. Isso precisa ser o centro.
Uma vez fui almoçar com uma pessoa apaixonada pela psicanálise. Eramos dois casais e nossas crianças. Durante toda a refeição, absolutamente tudo foi analisado pelo crivo da psicanálise. Aquela senhora não deixou passar um gesto sequer! Ela falava com uma paixão que lhe enchia a vista tal qual uma adolescente apaixonada. Nada, nenhum assunto, subsistia em sua conversa sem que voltasse ao centro de sua vida. Depois daquele encontro, entramos no nosso carro e eu sussurrei no meu coração: que eu seja assim, a cada dia com tua palavra! Que ela jorre tal água pura e cristalina e invada o coração de meus filhos e os ouvidos de quem me cerca. Ah, Senhor, que seja natural para mim...

É importante contar historias da Bíblia, mas elas precisam ser mais que uma história interessante. Narrar ou ler a história bíblica precisa ser mais que ler contos infantís. Fazer o culto domestico precisa ser mais que brincar de encenar coisas de adulto. Louvar a Deus e ouvir a palavra precisa ser algo que faz o coração arder e isso só empolgará nossos filhos, se nos inflamar primeiro. O amor de Cristo precisa nos constranger a viver para Ele (2Co 5. 14-15) para que nossos filhos queiram experimentar.

O segundo passo na evangelização dos nossos filhos é fazer disso um propósito firme de oração. Orar por eles, mas que tudo, nos ajuda a entender que precisamos estar em plena e completa relação de dependência com Deus. Jesus nos diz, e está registrado no evangelho João capitulo quinze, que nossa produção de frutos para o reino é dependente dEle. Se somos intencionalmente focadas na Bíblia, nós seremos mães que entenderemos que sem Ele não há absolutamente nada  que possamos fazer. Dependa de Deus! Peça sabedoria para lidar com cada filho, em sua forma particular de ser.

Em terceiro lugar, trabalhe com seu filho em fé e não em incredulidade. Sabe aquele filho que parece não entender, não querer e de pequeno ter mais dificuldade com tudo? Invista nEle! Deus chamou você para isso. É simples assim!!! Talvez você não veja ainda frutos. Não desista! A sua fé não precisa ver resultados, ela precisa se mover sob a certeza que eles virão. Não é a fé a certeza das coisas que esperamos e a prova daquilo que não vemos? (Hb 11.1).  Não, a Bíblia não diz que vai ser fácil e ela fala que em algum momento vamos plantar a preciosa semente andando e chorando. Que em algum momento semearemos em lágrimas, mas colheremos com alegria e traremos conosco os molhos. Certo dia, ouvi uma frase muito linda dita pela serva de Deus Elizabeth Elliot. Ela dizia que não devemos arrancar com a dúvida aquilo que plantamos em fé e confiança. Não lamente, não duvide, mesmo andando e chorando semeie a preciosa semente. Não pare de semear para chorar. Se precisar chorar continue andando e semeando, mesmo em lágrimas.
Quero muito falar sobre a importância de alcançar os filhos desde pequeninos e fazer um próximo post com sugestões práticas, mas não podia deixar que essas verdades escapem. Que Deus nos ajude! Que sua graça infinita nos cubra e que sejamos diligentes.

Em amor,
Essa aprendiz de mãe na oficina do bom mestre.


sábado, 29 de outubro de 2016

Recursos para apresentar o plano da Salvacão

Olá a todos,
Paz do Senhor!!!

Um dos princípios mais importantes com que me deparei quando tive meus filhos foi de que Deus os entregou a meu esposo e a mim como nossa máxima responsabilidade. Com o tempo e a busca por orientação divina através da Bíblia, eu me deparei com a clara constatação que qualquer área da educação de meus filhos é uma responsabilidade minha.

Sim! Eu posso contar com o auxilio de outras pessoas, mas biblicamente a maior responsabilidade é dos pais. Não adianta terceirizar, Deus confiou a você e a mim! Quando falo isso em  diferentes contextos, acabo falando sobre a necessidade de apresentarmos aos nossos filhos o plano da salvação. Sempre falo também da necessidade de, antes de tudo, compreendermos pela palavra a salvação que recebemos e de termos nós mesmos essa certeza (de que somos salvos). É bem verdade que podemos falar de modo simples, apenas usando palavras ungidas, na medida em que saem da boca de servos de Deus, mas há recursos que nos ajudam a falar da mensagem da salvação para os pequeninos.  Não há nada de novo em empregar recursos para falar do  amor do Senhor. Jesus usava diferentes elementos para explicar as verdades do céu o tempo todo. Ele usava a natureza ao seu redor e parabolas  para tornar simples as verdades do reino.

No entanto, embora se trate de crianças, e elas sejam bastante atraídas por recursos, tenho tomado o cuidado de me esforçar e orar para que a mensagem seja mais importante que os recursos. Uma mensagem baseada na palavra viva, cheia da graça infinita de Deus, mesmo que em simplicidade é eficaz. Também quero alertar você que Deus não espera que você tenha uma graduação em Pedagogia ou Psicologia Infantil, nem um curso em evangelismo infantil para que fale aos seus filhos da salvação. O que tenho visto e aprendido é que cada mãe tem um "cajado na mão'' dado por Deus. Algumas são boas com recursos visuais, outras falam com facilidade com crianças, outras sao uma verdadeira caixinha de surpresas e eu poderia fazer uma lista sem fim.  No entanto, o que posso afirmar com certeza é que  todas as mães que se põem nas mãos de Deus e se deixam tomar pelo amor divino gracioso e grandioso que as faz chorar pela salvação dos filhos recebem de Deus o necessário para serem instrumentos vivos na vida de seus filhos.

Portanto, aquilo que pregamos aos nosso filhos, a mensagem da cruz, propriamente, deve ter lugar central. Sim! Ao falarmos do plano da salvação , a mensagem deve ser mais importantes que tudo. Quanto mais impactados as crianças forem pela mensagem, quanto mais for evidente um coração compungido, arrependido diante de Deus e consciente que é um pecador , maior é o ganho. Se nossos filhos, alunos de classe bíblica ou crianças que evangelizamos sequer lembrarem de nós e dos nossos recurso, mas lembrarem da mensagem, ela terá sido efetiva. Lembro muito da minha mãe, quando falo sobre esse tema. Eu sempre fui uma criança que precisava ser convencida. Sempre tinha perguntas a fazer. Ela sempre me falava do Senhor. Então, num belo dia, ela tinha saído para visitar enfermos e meu pai estava no patio do templo resolvendo problemas . Eu peguei um livro para ler e, através dele, o Senhor tocou meu coração. Tudo que minha mãe falava sobre o Salvador fez sentido e eu abri meu coração e convidei Jesus para ser Senhor da minha vida. Não aceitei Jesus com ela, mas a semente que ela plantou brotou e quando ela chegou em casa eu estava chorando agarrada com o livro, recebendo Jesus como meu único e suficiente salvador(como gosto dessa expressão, único e suficiente). Que Deus nos dê a graça para que sejamos portadores de sua mensagem e para que, como João Batista, queiramos que ele cresça mesmo que o efeito direto seja nós diminuirmos  ou até sumirmos. 

Feita essa observação, que me parece crucial, gostaria de apresentar um recurso que a bastante tempo ajuda muitos evangelistas infantis a falarem do Senhor para os pequeninos: o Método das cores ou, como é mais conhecido, o método do Livro sem Palavras. O livro sem palavras é proveniente de um sermão pregado por Charles Haddon Spurgeon numa noite de quinta-feira no Tabernáculo Metropolitano em Newington, Londres. Spurgeon usou, na ocasião,  como texto base o Salmo 51:7 : ``Lava-me e ficarei mais branco que a neve''. Ele se referiu naquela ocasião  a um velho ministro que usava um livro com 3 cores e sem palavras. Nesse sermão, ele faz uso das cores preta, branca e vermelha para simbolizar o plano da salvação. Hoje, o recurso é utilizado com cinco cores e é de uso geral com crianças . As cores são preto (ou uma cor escura, há quem use marrom, há quem use uma folha manchada), vermelho, branco, verde e amarelo (ou dourado).

Imagem:ke.artes.zip.net


O livro sem palavras é um recurso de fácil confecção:





Apesar dessa ser a versão mais simples do uso das cores para falar da mensagem da salvação, outros recursos podem ser empregados usando as cores. Vou postar alguns aqui:



Dedoches com as cores
Imagem: Elo 7

Fitas
Imagem:Telma Raquel



Corações de Cartolina Color 7
Fonte:Crianças para Jesus



Fiz a escolha dos métodos que me parecem mais simples. Todavia, há uma infinidade de recursos mais atrativos e complexos que ficam para as mamães mais prendadas. É muito importante usar a Bíblia ao falar do plano da salvação e usar versículos bíblicos para embasar cada etapa da mensagem. Cada cor tem uma simbologia:


A cor preta ou escura simboliza o pecado e seu efeito sobre o homem, a cor vermelha o sangue de Cristo, o branco retrata o perdão dos pecados, o verde é usado para falar da vida nova em Cristo e o dourado ou amarelo simboliza o céu. Ao falar de cada cor, é importante usar versículos bíblicos e não perder o foco principal. 

Falemos de Jesus aos nossos pequeninos! Falemos sem hesitar! Falemos por todo o tempo que pudermos! 

Espero que nosso Deus nos transforme em pescadores de crianças para o Mestre e que nossos filhos, sentindo o gozo da salvação espalhem a preciosa semente! 

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

terça-feira, 31 de março de 2015

Recursos legais para Trabalhar a Pascoa com os pequenos

Oi mamães,
Já lancei aqui  a idéia da celebração das datas especiais com os nossos pequenos. Hoje, estou sugerindo novas atividades para a Pascoa. Com Benjamin, estou trabalhando a primeira pascoa e a vida de Cristo desde o Natal, esperamos antes da Pascoa chegar até o capitulo da ressurreição. Na pascoa provavelmente trabalharemos com uma celebração em família. Com Beatriz, estou introduzindo musiquinhas cristãs sobre o sacrifício e o amor do Salvador.



Esta foi a lição que trabalhei na Pascoa passada. Vejam aqui:
Lambi, Uma história de liberdade

Esta é uma lição de Pascoa com fantoches de dedo:
História com fantoches para a Pascoa

Esta é a que teremos este ano:
Lição APEC- 7 coisas novas

Tenho feito algumas coisas com Benjamin:

  • Desafio de testemunhar do amor de Deus entregando Jesus em nosso lugar;
  • Estamos construindo um cartaz sobre as duas Páscoas; 
  • Leituras Bíblicas diárias dos texto que narram a chegada de José ao Egito até o texto de Êxodo que narra a  primeira Pascoa (Tarefa concluida com sucesso!!!);
  • Leitura Bíblica sobre a vida, morte e ressurreição de Cristo (já estamos na chegada triunfal de Cristo em Jerusalém);
  • Memorização de músicas e versículos relativos ao Tema;
  • Memorização das 10 pragas e dos componentes da Pascoa eo significado destes últimos
  • Oração e reflexão sobre as formas como a vida e morte de Cristo afetam nossa vida diária.
Listo estas atividades para que sirvam de inspiração!Acredite, sou uma mamãe com minhas limitações tal qual você. No entanto, acredito que onde nos falta o talento deve sobrar o esforço . A igreja deve complementar nosso trabalho e não o contrário. A Bíblia ordena a você e a mim a missão de instruir. Ser mãe comprometida com Cristo e sua grande comissão é um ministério, acredite!!!
Monte as suas atividades estes dias. Ainda dá tempo!!!!
Com carinho,
Ana Cláudia

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Spurgeon…mais atual do que nunca!

Oi meninas queridas!

Voltei a um velho livro que edifica bastante minha vida como mãe e reencontrei um texto do C.H. Spurgeon sobre o filho da mulher sunamita! Ah como chorei diante de Deus pela alma dos meus filhos, pelo caminhar deles com Cristo. Ao mesmo tempo, entendi que…






`` (…) Você precisa  em seguida procurar se adaptar até onde for possível à natureza, aos hábitos e ao temperamento da criança. Sua boca precisa descobrir as palavras da criança, para que ela entenda o que você quer dizer; você precisa ver ver as coisas com os olhos de uma criança; seu coração precisa sentir os sentimentos de uma criança, para ser seu companheiro e amigo; você precisa ser um estudante do pecado juvenil, precisa condoer-se das provações juvenis; precisa até onde for possível, entrar no espírito das alegrias e tristezas juvenis. Não pode se irritar com a dificuldade desse assunto ou sentir que isso é humilhante. Se é exigido algo difícil, você precisa fazˆe-lo e não achar difícil. Deus não ressuscitará uma criança morta por meio de você se você  não estiver disposto a ser todas as coisas para aquela criança, para que, se alguma possibilidade houver, você possa ganhar a sua alma.
(…) Quem sabe falar com crianças não é tolo; um simplório está muito enganado se acha que sua tolice pode interessar meninos e meninas. São necessários nossa melhor inteligência, nossos estudos mais zelosos , nossos pensamentos mais sinceros, nossas capacidades mais maduras, para ensinar os nossos pequenos.´´

C.H.Spurgeon

Bom dia mamãe! Que Deus com sua graça nos ajude!

Imagem:vidasetechaves.wordpress.com


terça-feira, 29 de julho de 2014

Não, eu não esqueci a lei da palmada!

Quando escrevi sobre a lei da palmada, tentei chamar atenção para algo que me parece grave e mais importante do que muita coisa que fez muita gente protestar. Muitos entenderam meu texto num sentido próximo do que eu quis comunicar. Já outros acharam que eu era uma sádica maluca querendo impor respeito na base da pancada porque é mais fácil.  O irônico nisso tudo é que eu não disse a ninguém como disciplinar ou impor limites aos seus filhos e sequer falei sobre a forma como educo meus filhos. Creio que os argumentos centrais do meu texto foram:

  • Não acho adequado que gente que nunca educou uma criança, de fato, venha tentar dizer como os meus filhos devem ser educados.
  • O pior sobre a lei da palmada não é legislar sobre a palmada em si. Me parece que o maior problema é a interferência do Estado nos mínimos detalhes da vida privada, especialmente na educação de crianças. Afinal já tem gente querendo punir pais pela forma como alimentam seus filhos, pela educação religiosa que recebem ( quem nunca ouviu falar procure por religous abuse e vai saber do que falo!), enfim…há uma lista de diferentes formas de interferência.
A época em que vivemos lança um modelo de indivíduo desapegado a suas raízes. Os grandes ancoradores da forma de pensar passaram, na época em que vivemos, a ser questionados e postos sob as lentes de um mundo onde tudo passa pela lógica de uma ética utilitarista e conveniente. Os pais como representantes das tradições sociais, que sempre tiveram o papel de, mesmo pensando criticamente, passar adiante aquilo que aprenderam na vida e do mundo, se tornam aqueles que devem cada vez mais apagar o seu papel e deixar que um outro o exerça sobre o nome do preparo, do conhecimento acadêmico e de uma forma pretensamente melhor de lidar com os indivíduos. Não estou desprezando o conhecimento e a ciência! Eu só não posso negar o que me parece evidente à frente dos olhos! É triste ver que caminhamos para uma produção de indivíduos em série.  Afinal, as diferentes formas de educar produzem as singularidades e diferenças entre os indivíduos. Hoje, uma pessoa me comentava que ser mãe e pai já foi algo mais simples. Hoje, parece não prescindir de diploma!

Um dia desses eu vi um comentário num site de um famoso meio de comunicação sobre um apresentador que, não sei se por oportunismo ou convicção, criticou a intromissão do Estado no âmbito privado da família. Como eu gosto de observar a forma como as pessoas reagem às coisas fui diretamente aos comentários dos internautas. Não me surpreendeu o fato de boa parcela dos que discordavam do tom e das palavras do apresentador escreverem de forma clara que talvez a solução para tirar a sociedade da mão dos retrógrados, eu devo estar incluída dentre eles, que acreditam que devem ter voz ativa sobre os filhos é coloca-los em escola integral para que assim se possa ter esperança sobre o nosso pais. O que me parece, no meu simplório entender de quem não transita entre os que fazem a lei, é que somos o empecilho para que algo aconteça. Parece que nós os pais somos a única esfera de influência na vida das crianças que ainda pode resistir a uma avalanche de ideias e agendas que não são expostas na luz por não ser conveniente. Sim! Nós temos um papel determinante sobre o crescimento de nossos filhos. Nós somos aqueles que podemos instruir e construir as bases do caráter, visão de mundo, crenças e tantos outros aspectos da vida. Alguém descobriu, enquanto os pais não enxergam isso, que os primeiros anos da vida de uma pessoa são significativos. Digo isto com convicção de quem já ouviu muita coisa nessa vida, muitos relatos traspassados de dor, muitas historias de gente que parece rodar em círculos em torno dos resquícios reconstruídos de  experiências significativas da infância.  Faz todo sentido que todo plano de domínio passe primeiro pelas nossas crianças.

O que eles nos dizem é ``vão cuidar de vossos afazeres e deixem suas crianças conosco. As educaremos, cuidaremos dela e  elas serão vossas ao fim do dia e nos fins de  semana ou vez por outra´´.  Nós, pais, devemos ter a mente aberta e aceitar que a diversidade de experiências, com pessoas de diferentes formas de pensar tornam a criança tolerante, criativa e evitam a fixidez de pensamento. Contraditoriamente, eles estreitam cada vez mais e amarram na sua ideologia e forma de pensar a escolarização brasileira. Sim! É só olhar os famosos temas transversais, a tentativa de ensinar, a partir da ideologia dominante, sobre sexualidade, não do ponto de vista biológico, mas tendo como carro chefe a visão dominante sobre a forma de exercer e administrar esta área da vida humana; além disto, observemos a vindoura obrigatoriedade de exibir filmes nacionais numa determinada porcentagem da carga-horaria escolar, dentre outros exemplos que poderia citar de amarras sobre as quais mesmo escolas cristãs precisam sobreviver. Nós precisamos abrir a mente e a guarda. Eles precisam amarrar a escolarização a suas amarras ideológicas. Sim… creches, escolas em tempo integral…menos os pais, menos a família. A escola precisa de mais tempo com nossos filhos, nós de menos!

Sei! O governo se interessa por nossas crianças! Os propósitos das cabeças que pensam e confabulam sobre a educação são os mais nobres, diriam alguns. Eu sei, nas escolas de tempo integral há laboratórios, mas há também a doutrinação politica e ideológica. Se vocês acreditam que de repente há um forte interesse pela segurança e vida de nossas crianças, então, deixem que conte apenas um de alguns fatos: Algumas aldeias indígenas brasileiras têm em sua cultura rituais nos quais crianças com diversos tipos de deficiências e outras caracteristicas são sacrificadas. Alguns missionários tocados com aquela situação se organizaram para salvar aquelas crianças. O plano era assim: aquelas mães que quisessem, em casos inclusive em que não houve objeção da tribo, poderiam sair da tribo e cuidar de suas crianças num local onde seriam mantidas e as crianças receberiam tratamento médico, tentando manter, inclusive, algumas caracteristicas peculiares a suas comunidades. Quem acha que o plano foi bem visto por organismos do poder público? Pois é! Nada disso. Sim, o poder público…aquele que quer salvar as crianças das tradições sádicas dos seus perversos pais! Criança indígena pode morrer, então? Ah sei! Não queremos interferir nas tradições alheias, entendo…

Bom , estas contradições me fazem refletir sobre este tema e pedir a Deus misericórdia! Esta semana liberei um video aqui no blog em que se mostra como a ideia de que as crianças pertencem à comunidade já não é vista como tão distante. Alguns ousam achar que elas precisam ser, inclusive,
 libertas da opressão de seus pais. Faço uma ressalva, não estou dizendo que sou a favor que pais  possam usar de violência com seus filhos com nossa conivência. O que digo é que me parece que a coisa se conduz para um caminho em que eu e você somos meros patrocinadores e coadjuvantes na infância de nossos filhos. Tristes dias estes, só a fé nos encoraja e dá forças para lutar.

Sabem, queridos, tenho que confessar algo: Na primeira vez em que saiu o projeto da lei da palmada eu escrevi um texto que me foi solicitado questionando o por que de uma lei tão vaga no papel sobre um tema que o ECA já legislava. Me parecia incompetência. Hoje eu consigo crer que nada disso é por acaso. Se você explicita a coisa no papel, você deixa claro seus propósitos. Se você deixa aberturas para quem pensa como você haja, você não assusta a população e dá uma brecha para que quem quer que queira e possa punir os pais de acordo com sua ideologia o faça. Você torna mais simples a imposição de sua forma de pensar. Então, vamos sugerir diálogo para educar os filhos  sem punições (sim tem quem ache que até colocar de castigo ou para refletir no cantinho é humilhante!!!) e vamos punir os pais e promover nenhum diálogo com eles.

Um dia desses uma amiga foi procurar a escola para saber sobre que tipo de filme e atividade estavam passando para sua filha. Ela queria saber que conteúdo acadêmico justificava a maratona de filmes da Disney que sua filha estava assistindo. Ela me disse que entendia que para assistir TV sua filha poderia ficar em casa, a não ser que houvesse uma justificativa curricular para aquilo. Ela não ouviu explicação  alguma. Me contou que se sentiu envergonhada de seu gesto. A escola a encaminhou para a psicologa de plantão para que ela conversasse sobre sua insegurança em confiar na escola, afinal ela tinha escolhido aquela escola. Deveria, então, confiar! Então lá foi ela para uma seção bizarra de auto-ajuda barata. Esta é a palavra da vez! Confiemos nossos filhos ao governo, às escolas, às creches e fiquemos quietinhos. Eles estão não só de olho, mas também determinando até o tipo de filme que nossos filhos devem assistir. Afinal, nós não fazemos um bom trabalho, eles não podem confiar em nós. Eu do lado de cá, com meu teclado inflamado me pergunto: De quem são os filhos afinal? Quando eu decidi que só seria procriadora e patrocinadora deles?
 Não, eu não esqueci a lei da palmada porque ela é só uma parte terrível de algo que se não abrirmos os olhos está por vir. Não, não tive nenhuma visão profética! Eu só tenho esta forte impressão. Acredite, ela se ampara em fatos!

Imagem: childdevelopmentinfo.com

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Protejamos nossos filhos

Uma constatação materna:

Cada vez mais, crianças instruídas por pais realmente cristãos que lhes ensinem o valor da piedade serão vitimas de zombaria e humilhações por parte de muitos coleguinhas, até mesmo em círculos cristãos. Não é discurso alarmista. É fato! Nas escolas isto é constante. Muitas mães me contam isto na informalidade. Professores inescrupulosos que apontam o dedo a crianças cristãs e as constrangem, além de muitas outras ações absurdas que devemos, sempre que possível, denunciar para expor a hipocrisia de quem muitas vezes nos atribui o título de intolerantes, sem sequer saber quem somos! Também, obviamente, para proteger nossos filhos.

Além disto, mesmo fora das escolas, crianças entregues a si mesmas, sem limites e que são presa fácil da ideologia vigente fazem ou farão, em algum momento, nossos filhos se sentirem estranhos e não pertencentes à realidade. Não somos só nós pais que sofremos, eles também! Desde pequenos serão desprezados e envergonhados em público por crianças que vivem da falta de amor e prioridade dos pais e que têm a cabeça cheia de ideias consumistas que situam o ter no lugar do ser, falta de boas maneiras e tantas outras características que qualquer criança pode apresentar, mas que pais atentos corrigem, enquanto outros sequer notam…
Por isso, o quanto pudermos, sugiro humildemente que imunizemos a mente e o coração de nossos filhos:
- Ensinemos a eles que são muito amados: por Deus, por seus pais, seus irmãos e parentes! Digamos isso de fato! Também façamos que sintam isso!
-Ensinemos a eles que o que os torna especiais não é ter o último lançamento das bonecas Monster High (misericórdia!!!), nem trocar de mochila e tênis a cada semestre. Eles são especiais porque foram feitos de forma única e grandiosa por Deus  (Sl. 139) e porque custaram o sangue precioso de Jesus Cristo (Jo 3.16).
- Ensinemos a eles que nem sempre serão amados por todos e que precisarão lidar com isso, e mesmo assim pedir ajuda ao Senhor para não odiar ninguém. Que saibam que quando não souberem lidar com um colega que zombar de sua fé, de sua forma modesta e sem sensualidade gritante de vestir, de seu biotipo (ser gordo ou magro, alto ou baixinho, etc.), deficiência, ou o que seja, podem procurar ajuda da mamãe e do papai. Pedir ajuda nunca é feio. Quem diz que é, é porque não sabe a alegria que é ter um colo quentinho pra chorar.
- Ensinemos que as coisas valiosas da vida são invisíveis aos olhos e na maioria dos casos não podem ser compradas com o vil metal. Que saibam que um certo conforto é bom, mas não é tudo.
- Se você deixou de dar algo a seus filhos porque trabalha menos para estar com eles e eles se mostrarem tristes por não ter aquele apetrecho, explique que você trocou o dinheiro de poder comprar aquilo por poder estar com ele e compartilhar seu amor. Se não entenderem, não se abata, diga que há coisas que ele ou ela precisa e não sabe, uma delas é a mamãe e o papai por perto. Se você precisa de um horário integral de trabalho peça a Deus que os guarde, acompanhe-os o máximo que puder e gaste todo o tempo que lhe for possível  com eles.
- Ensinemos também a eles que não se constituam juízes do mundo. Que rejeitem as más companhias (Sl. 1), que não zombem e tentem não achar o mal e a maldade engraçados (Pv 14.9), mas que saibam que são falíveis e que olhem sempre para si, antes de avaliar o outro. Que Eles saibam que devem rejeitar as más atitudes mas orar por aqueles que procedem mal e, antes de tudo, rejeitar o mal que pode querer dominar suas mentes e vida. Isto é uma escolha (Gn 4.6-7).
-Ensinemos que quando errarem e confessarem o erro podem gozar do perdão de Deus e do nosso. Que não são infalíveis e não precisam fingir que são. Que Cristo está ao nosso lado e que intercede por nós e que pode sempre nos ajudar a vencer o mal com o bem, como manda a palavra (Rm 12.21).
- Ensinemos que quando alguém não quer ser nosso amigo porque escolhemos a luz do evangelho, esta pessoa não quer nossa companhia, quer só mais alguém igual a ela. Que não se abata, há outras opções de amizade e se não houver, ele ou ela tem família!
- Ensinemos a eles que a família é prioridade e vivamos isso. Assim, quando o mundo os aborrecer eles terão um lugar onde podem se sentir acolhidos e seguros.

Oremos pelos nossos filhos! No início da semana conversei com uma mãe que enfrenta dificuldades dentro de sua própria família cristã. Ela e os filhos são sempre tratados com desprezo, por quererem viver o evangelho autêntico que vai além da aparência ou do título de cristão. Ela me contava tristemente que vê suas irmãs torcerem para que seus filhos errem, para que assim possam apontar-lhe o dedo! Ela não se intromete na vida de ninguém! Incomoda, segundo ela, por ter escolhido viver de forma diferente! Seus filhos sentem na face e choram a frieza da rejeição por serem ensinados a serem cristãos autênticos.
Se você, mamãe, fez essa opção pela verdade e tem sofrido,  continue firme e Deus lhe dará forças! Ás vezes aqueles que não aceitam nossa opção de fé querem ardilosamente nos acusar através de nossos filhos, também.
Meu desafio, quando meus filhos erram na frente de alguém que pode me reprovar por isso, é manter meu foco: não educo meus filhos para servirem de vitrine, eu os educo para que cresçam em estatura, graça e sabedoria para com Deus e com os homens. Ao seu tempo, virá o testemunho, creio eu. Em cada aspecto, há um tempo! Em cada filho, há um tempo!
Confesso que essa armadilha é sútil, mas não queira provar nada a ninguém a partir de seus filhos. Seja parceiro de Deus em ajuda-los a se achegarem a Cristo e corrigirem seu caráter, ao mesmo tempo que na maternidade Deus encontra espaço para corrigir o nosso.  Quando errarem, seja como João Batista aponte o erro com firmeza, mas não se restrinja a isso e apresente o Cordeiro de Deus cheio de amor e misericórdia que tira o pecado de quem se arrepende e põe na própria conta! Ele tem saldo positivo diante do Pai!!!
Os meus pais foram firmes na minha educação cristã e dos meus irmãos, isso nos deu forças para, entre erros e acertos, achar o caminho. Que Deus nos dê essa graça por nosso Senhor Jesus Cristo. 

Que os que virão após nós vejam em nós exemplo de fidelidade e firmeza, mesmo em nossa imperfeição! Compartilho com vocês uma música do John Mhor (um grande compositor) gravada  por Steve Green  e que me faz chorar sempre que penso em Beatriz e Benjamin e na minha responsabilidade de ser exemplo de fidelidade.

Confiram video aqui:


 A letra traduzida:

Nós somos peregrinos na jornada
Desta estrada estreita
E aqueles que já foram antes de nós pontilharam o caminho
Torcendo pelos fiéis, incentivando o cansado
Suas vidas  deram um testemunho da graça sustentadora de Deus

Cercados por tão grande nuvem de testemunhas
Vamos correr a corrida não só para o prêmio
Mas, como aqueles que já foram antes de nós
Deixemos para aqueles que estão nos seguindo 
A herança de fidelidade transmitida através de uma vida de piedade

REFRÃO:
Oh que todos os que seguem após nós encontrem em nós fidelidade
Que o fogo de nossa devoção ilumine seus caminhos
Que as pegadas que deixamos
Os levem  a acreditar
E a vida que vivemos os inspire a obedecer

Oh que todos os que vierem depois de nós nos achem fiéis!

Depois que todas as nossas esperanças e sonhos tenham sido realizados
E os nossos filhos filtrem tudo o que  deixamos para trás
Que as pistas que eles achem e as memórias que eles descobrirem de nossas vidas
Torne-se a luz que os guiará para a estrada que cada um de nós deve encontrar.


Um abraço!
Ana Cláudia






sexta-feira, 30 de maio de 2014

Uma reflexão Oportuna

Estes dias lembrei deste trecho do livro de Ted & Margy Tripp  Instruindo o coração da criança (pp.22-23):



É a mesma mensagem para toda geração- mas feita engenhosamente sob medida para atender aos gostos de cada uma delas. A mensagem em destaque é EU! Eu mereço…Eu quero..Eu vou ser feliz se…Eu não posso viver sem…Esses mensageiros dizem a nós e a nossos filhos  o que devemos pensar a respeito da vida, a respeito deles mesmos , das outras pessoas e de Deus.(…)

Num trecho mais adiante: 

A cultura predominante tem ensinado aos nossos filhos a autoridade e os valores tradicionais são repulsivos. A cada geração as crianças exigem mais incentivos para cooperarem com as autoridades. Os heróis dos esportes e as estrelas de cinema enfatizam essa mensagem. As propagandas oferecem significados, identidade e prazer, através de roupas, novas experiências, carros e ``bugigangas". 
Todas as coisas materiais que o mundo difunde por meio da propaganda criam em nossos filhos um apetite carnal desordenado, que nunca pode satisfazer as criaturas feitas por Deus. Esses apetites desordenados banalizam a sua experiência de vida e afastam-nos de Deus.

Um outro trecho que destaco:

Ironicamente, o cinismo reina na cultura predominante. Os adultos são cínicos porque suas expectativas de uma vida de sucesso foram frustradas a muito tempo. Até os poucos que são ``bem-sucedidos'' consideram isso uma recompensa fútil. Os jovens são cínicos porque sua cultura inexperiente e astuta os deixa sem valores transcendentes, a não ser o da sobrevivência através de qualquer meio que sirva às suas concupiscências e aos desejos do momento! Eles são deprimidos, inquietos, críticos, argumentadores, desmotivados e indiferentes aos sucessos das gerações anteriores.

Nota da Blogueira: Eu não sei como é com vocês, mas quando eu vejo o que ocorre ao meu redor, eu penso como precisamos reunir esforços dentro de casa. Gaste o tempo que puder em família! Isso é urgente!!!

 A mensagem do mundo atual é muito forte e atrativa, na mesma medida em que me parece supérflua e enganadora. Nesses momentos, faz sentidos a agenda politica da nossa sociedade,especialmente daqueles que revelam em seus discursos suas intenções ou de alguns que se calam quando lhes é oportuno ou que assumem o discurso que as pesquisas traduzem como palatável à geração presente (não é a toa que os marqueteiros hoje, e não mais as ideologias que muitas vezes estão escondidas no rodapé imaginário das propostas, ditam o que deve ser dito!)

Cada dia mais a sociedade procura meios de nos afastar de nossos filhos e pôr no lugar da patologia a culpa de quem não lhes dá instrução formativa parental e sente que há algo errado! Sim, o grande projeto é que não sejamos mais protagonistas em sua educação, apenas coadjuvantes. A promessa de felicidade é o consumo, a experiência momentânea, o desejo incontrolável e nunca aquilo que é durador e etéreo! Tristes dias…tristes dias. 

Eu tenho fé em Deus e imploro por graça e coragem para ser diligente em minha tarefa de mãe. Sou só eu que tal Hagar choro no deserto espiritual, moral, cultural e social que se tornou esse mundo? Sou só eu que quero saciar a sede dos meus filhos e vejo que as boas fontes são poucas? O Blog me ajudou a descobrir que não estou sozinha!  Fontes boas ainda existem mas cada vez mais raras…

Que Deus me abra os olhos para ver as fontes que Ele  abre em meu caminho, quando parecer que não há saída neste mundo cada vez mais hostil à minha fé e convicções. Só assim, não viverei desesperançada como mãe. Que Deus me livre do engodo desse mundo. Que eu não seja presa dele, nem iluda meus filhos com isso. Hoje, às 4:30 da manhã minha pequena acordou. Eu a beijei e abracei com vigor (acho que toda mãe de bebê fofinho faz isso!!! Quando dorme bem, claro…tem dia que somos sonambulas de pé, eu sei...) , ela sorriu pra mim de uma maneira tão linda… Posteriormente, eu chorei pensando que mundo a espera, mas depois de um momento com meu Pai Celeste eu me  alegrei na esperança de saber algo- É Deus quem edifica o lar, eu só preciso ser diligente! Que bom que o comando é dEle! Se fosse meu…eu cairia de desespero, confesso. Quem é capaz sozinho de vencer essa avalanche???

Uma boa semana vindoura!!! Tenhamos esperança!


sexta-feira, 23 de maio de 2014

A lei da palmada - Deixando Xuxa de lado… Tentando entender o que pensam os que legislam

Esta semana outro celeuma! A lei da palmada, agora chamada Lei Bernardo. No título que dei  ao post, você deve ter percebido que eu não quero falar do episódio envolvendo Xuxa, não porque eu ache que não há o que falar, mas porque acho que muito já foi dito e há, também, outras questões que merecem minha atenção.

 Eu não entendo os que legislam! Ou melhor, eu não entendo a maioria dos que legislam. Os que se dizem preocupados com a infância e que fecham os olhos ao que ocorre debaixo de seus próprios narizes, muitas vezes até com sua contribuição. Eles dizem que querem salvar nossas crianças! Se dizem preocupados com elas. Propõem lei da palmada e vociferam que precisamos de creches e escolas de horário integral! Muito preocupados com nossos filhos e com tudo que lhes ocorre. Pra mim, essa preocupação parece contraditória.

Poucas semanas atrás estive numa comunidade destas relegadas em sua situação de descuido, entrega à pobreza e ausência do poder público. Não havia Internet na comunidade. Para entrar eu precisava garantir aos que dominam o pedaço  que não era a delegada. Na entrada, debaixo da ponte caindo aos pedaços esgoto a céu aberto, resto de móveis e lixo doméstico misturados. Fui logo informada que quando chove, as crianças fazem daquele espaço seu lago para nadar. Não há praça, poucos espaços coletivos. Ao chegar ao meu destino fui abraçada por dezena de crianças. Pareciam alheias a tudo isso. Cheguei em casa depois de buscar Benjamin e Beatriz na casa da avó. Quis logo contar pra meu filho sobre aquelas crianças que me abraçaram como se nada daquilo ao seu redor estivesse ocorrendo. Hoje, fico me perguntando onde estão os deputados tão preocupados com a infância que não comparecem ali! Hoje, também fiquei sabendo que brasileiros trabalham quase metade do ano para pagar impostos. Onde está o dinheiro para amenizar o sofrimento e a privação das crianças da comunidade de Ponte Preta? Não sei! Onde estão os políticos preocupados com a infância pra tornar crime hediondo roubar recursos que deveriam melhorar a vida dessas crianças? Onde? Alguém propôs isso na comissão de constituição e justiça? Que eu saiba, não! Isso é violência? Acho que não! Pelo menos para algum deles.

Todo dia em minha cidade alguém passa nos sinais, comparece aos restaurantes e supermercados e vê crianças pedindo trocados ou limpando vidros em troca de dinheiro. Menininhas semi nuas ficam ali misturadas aos que pedem ou tentam passar detergente com água nos vidros do carro. É assim em outras grandes metrópoles do meu país. Os pais, muitas vezes, estão exatamente lá, esperando os trocos dados pelos motoristas, já que crianças no sol quente são mais convincentes. Alguém criou uma comissão no congresso pra propor soluções executáveis pra isso? Não que eu saiba!

Então aparece gente famosa junto com deputados propondo a grande solução para uma infância feliz. Não sei porque os famosos. Sim! Aqueles que eu vejo nas revistam com duas babás atrás com as crianças até mesmo nas férias. Nada contra aquelas pessoas fazendo algo para sobreviver. Mães que não podem segurar os filhos no colo ou não podiam sequer quando estavam de férias…sei lá pra não   amassar a roupa ou ganhar um banho de vomito, como muitas de nós mamães quando os filhos estão doentes. Não tenho nada contra que outras pessoas segurem nossos filhos pra que descansemos a coluna. Graças a Deus pelas avós e os avôs, tios,primos mais velhos e amigos da família! Mas é estranho que gente que nunca vi sujar os pés de areia na praça, passar a madrugada acordada porque o filho está com o nariz congestionado ou com febre, gente que passa no máximo 10% do seu dia com uma criança, ache que pode sentar na sala da minha casa e me dizer algo sobre como educar meus filhos! Ah, sim. ..eles leram um monte de livros sobre psicologia positiva…

Alguma mãe foi chamada para essa conversa? Ah, eu esqueci pra muitos deles quem discorda é desinformado e tem pouca escolaridade, como costuma dizer um deputado bem conhecido: Vão estudar!!! Deixem que a ciência e o saber lhes abram os olhos! 

Engraçado…esses que defendem o ensino que deve valorizar o conhecimento popular na escolarização, bla, bla, blá...que dizem defender os oprimidos situam a escolaridade e a pretensa intelectualidade questionável como uma especie de mais valia. Mães não devem ser ouvidas, afinal quem gasta mais tempo em casa do que fora dela é de cara taxada como de baixa escolaridade! Sendo isto verdade ou não. Alguma de nós foi convidada para uma conversa? Parece que não! Isso é uma forma de opressão? De desvalorizar o outro? Paulo Freire se cala nessa hora?! Volta ao túmulo? Sim, eu estou sendo irônica!

Relações horizontais! Gritam alguns deles! Somos contra a verticalização na educação dos filhos.  Que as crianças decidam tudo em igualdade! Queridos, respondo eu, exerçam isso em suas casas! Se der certo escrevam em seus diários e vendam  livros com os relatos. Pra mim crianças precisam de relacões de cuidado. Relações de autoridade, não de poder como apregoam! Esta é a diferença! Alguém experiente que toma as decisões porque tem condições de ser protetivo na relação com aqueles mais frágeis. Ah, eu esqueci pra eles quem faz isso é o Estado, com seus representantes pouco efetivos porém movidos a propaganda e medidas populares. Preocupação com a infância…sei…Isto me cansa terrivelmente!

Antes de encerrar deixem que diga que sou contra a violência porque já vi suas marcas em muitas crianças. Inclusive sou contra a violência do abandono e da negligência, também. Sei que educar e disciplinar uma criança é um das tarefas mais difíceis na vida dos pais. É mais difícil ainda para pais cristãos, inclusive porque não gira em torno da nossa raiva, estresse ou frustração. A Bíblia até nos instrui sobre isso que tenhamos o cuidado de, ao impor limites, não faze-lo de forma que esmaguemos o espirito dos nossos filhos deixando-os desencorajados. Educar nossos filhos e disciplina-los gira em torno deles, da formação do caráter deles. Como pais muitas vezes lutamos insistentemente contra aquilo que pode ser destrutivo na vida de nossos filhos. Isso  exige paciência e firmeza. Pra pais que entendem a instrução bíblica crianças não são disciplinadas porque nos tiram a paciência ou irritam. A ira do homem não opera a justiça de Deus! É difícil educar à luz da Bíblia. Todo dia milhares de mães e eu nos esforçamos para formar caráter. Por isso nobres deputados e senhores famosos pra mim é difícil ver vocês querendo sentar na sala da minha casa e dizerem, sem ouvir quem realmente educa, como devo educar os meus filhos. Eu me pergunto quando foi que deixamos de ter voz ativa na educação dos nossos filhos e vocês passaram a decidir tudo!

Eu encontrei uma senhora comemorando a lei nova. Não sabe ela que ontem eu encontrei sua filhinha menor que Benjamin toda molhada, descalça, sozinha com a fralda cheia de urina e gripada e avisei a alguém que estava com ela que aquela criança precisava ser trocada e cuidada. Ela está preocupada com o filho alheio enquanto sua filha é vitima da negligência! Preocupada com o filho alheio e a sua pequena e frágil garotinha a merce do abandono. Ah, vão de fato criar os filhos que tiveram! Depois voltem e conversaremos.


O que aprendi com os fatos

Bom dia a todos! Bom dia na paz tão necessária ultimamente!

Quinta retrasada, como em toda casa com crianças pequenas, as coisas estiveram intensas em casa. Quase todo dia é assim. Uma maratona. De manhã, depois de acordar com Beatriz às 4:30 da manhã, distribuir todas as mamadeiras e o café da manhã pra viagem do marido e de tomar meu cafezinho da manhã, dia de matemática com Benjamin, no mercado e em casa, e depois uma atividade artística. Dia de estimular Bia com brinquedos junto com meu melhor assistente, Benjamin, e dia também de culto doméstico, como todos os dias.Ufa! Já são quase onze da manhã! Depois de todo mundo cheiroso e bonito para esperar papai chegar mais tarde, a mamãe aqui vai pra cozinha fazer o almoço da pequena tropa. Eu tranquila na cozinha ouvindo um áudio do programa do Dr James Dobson…Bia tirando seu cochilo e Benjamin testando a resistência do sofá da sala em sua última ocupação descoberta: Ele  é um bombeiro e ``consertador''de todas as coisas com todas as ferramentas do mundo.

Não sei como é com vocês, mas eu às vezes pareço habitar outro planeta! Meu dia é tão atarefado que quando não estou no trabalho ou resolvendo algo, parece que o mundo lá fora é outro lugar. Creio que isso ocorre a outras mamães, esposas, donas de casa  e todas as outras coisas que um lar exige. Não estou reclamando! Já passei desse capitulo da vida e quando ele quer voltar…eu tento resistir com toda intensidade!  Então, de repente, meu marido liga me dando instruções pra não sair de casa de forma alguma (ele sabe que eu gosto de resolver tudo a pé). Eu, alheia a tudo, pergunto porque tanto espanto e agonia. Ele me responde:
- Liga a TV ou entra num site de noticias e vê o que está acontecendo em Recife. Você ainda não viu? 
Eu explico que estou atrasada com o almoço, como sempre.  Quem é mãe de crianças pequenas entende do que eu falo- aquela coisa de parar a cada segundo pra ver um desenho feito em crayon, pra consolar, etc. E olhe que eu tenho ajuda em casa da minha fiel escudeira em tarefas domesticas! Eu admiro e muito quem não tem ajuda externa e consegue dar conta! 

Mas voltando ao tema, Recife estava em pé de guerra urbana. Para as leitoras que não moram aqui e como eu não têm uma hora pra sentar e ver notícias, a policia militar de Pernambuco estava em greve e, em toda a região metropolitana, se instalou um caos de assaltos, arrastões e uma série de coisas semelhantes. A cidade fechou suas portas e parou. O pior de tudo é que as cenas de violência não foram protagonizadas por gente que transita no que chamamos de criminalidade. Quando chegou em casa, meu marido me mostrou fotos de idosos saqueando supermercados e lojas de eletrodomésticos, famílias inteiras, adolescentes, criancas fazendo o mesmo, etc. 

Eu sei que já passou! Eu sempre escrevo com atraso! Mas é o tempo que tenho! Muita gente já analisou o que aconteceu e deu seu parecer, julgamento e opinião. Em muitos casos, muito sábio e oportuno.  Eu, quando vi tudo aquilo, quis olhar para dentro de casa. Estou cansada de analises políticas por esses dias, não me levem a mal! Eu tenho essas fases!  E às vezes acho que o perigo do erro começa quando olhamos demais para o que ocorre fora e esquecemos de aprender com o que vemos. 

Duas coisas chamaram minha atenção. Em primeiro lugar, o senso de que quando falta a vigilância a transgressão deixa de ser transgressão. Em segundo lugar,  fiquei observando em alguns depoimentos de saqueadores como a turba, a multidão, tem o poder de afetar o comportamento do indivíduo. Duas formas de pensar que acho perigosas. 

Este é um blog sobre maternidade. O que isso tem a ver com a proposta do blog? Muita coisa, penso eu do lado de cá.  O meu primeiro pensamento  se voltou para os meus filhos e baixinho no meu canto eu fiz minha oração: 

-Senhor me ajude a ser sua parceira no projeto de criar filhos que te temem quando ninguém os vigia. Que entendam um dos primeiros versículos que minha mãe me ensinou quando eu era muito pequena- ``Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons'' (Pv 15.3) . -Que antes de temer a mim, a policia, a prisão, ou quem quer que seja aqui na terra, eles entendam que Tu os contemplas! Que eles se importem, primeiro, em não te desagradar ou ter de ti um olhar de reprovação ou tristeza, que pensem que suas ações têm conseqüências nos céus e na terra! Que eles tenham a fé de Daniel e seus amigos e que não sigam a multidão, que não achem que quando todo mundo faz, isso torna as coisas certas.

Comecei a pensar como é engraçado como esta lógica de que se ninguém vigia e se todos fazem a transgressão deixa de ser transgressão está presente no dia-a-dia.  Se você é mãe já deve ter ouvido de seus filhos, mesmo se são ainda pequenos: ``mas fulano faz, mas a mãe de sicrano deixa…''. Esta é a lógica! A multidão torna o errado certo! Outra idéia que como cristã eu considero perniciosa é  a lógica de que a falta de quem vigie torna tudo aceitável. Quero criar meus filhos com a consciência de que há Alguém que os vê! 

Lembro que quando eu fazia sexta série, que hoje seria o sétimo ano do ensino fundamental, eu tinha uma amiga terrível! Eu estudava numa escola cristã. Meu pai sempre se encarregava de estender para a escola seu olhar vigilante, mas ele nunca soube dessa amizade. No entanto, aquela minha amiga era totalmente o contrário do que meus pais recomendariam. Fugia da escola para paquerar, fugia de casa para escrever nos muros à noite. Era o contrario do que eu era, mas éramos amigas, bem próximas. Eu era a ouvinte que ela gostava de ter para seus dilemas.Um dia ela me questionou porque eu não mudava o meu jeito careta de ser. Se meus pais me obrigavam, eles não estavam ali. No conceito dela eu estava perdendo minha vida. Eu pensei em tudo aquilo por um instante e em meu coração achei a resposta:Eu não era do meu jeito por meus pais. Era por Deus! Eu O amava! Não queria decepciona-lo! Também não queria decepcionar meus pais, mas o versículo que minha mãe repetiu pra mim em toda infância me deu um senso de que ali estava Deus. Pensei em cada momento de oração em que no quarto dos meus pais, orando com minha mãe, eu sentia que Deus estava ali tão vivo, me entendendo também! Eu não podia mudar! Depois de lembrar disso, mesmo tentada, disse a minha amiga que eu não podia ser como ela, nem queria. Se queria ser minha amiga, eu continuaria a ser da minha forma, mesmo sem o olhar vigilante de meus pais.

É engraçado como é fácil pra nós cairmos numa ilusão. Acharmos que aqueles lá fora pensam assim, quando muitas vezes, em coisas que talvez consideramos menores, usamos da mesma lógica. Isso torna a minha tarefa como mãe tao grande para os meus pequenos ombros que eu chego quase a temer e tremer. Muitas vezes tenho medo que ao olhar o que ocorre lá fora e apontar o dedo em riste, o mal (sim eu creio que ele existe!!!) se instale aqui, no meu coração, no coração de meus filhos, repetindo a mesma lógica em menores proporções, mas reproduzindo a mesma forma de pensar e agir. Nessas horas eu lembro da minha mãe, que foi mãe bem mais jovem e inexperiente que eu, mas que tinha esse senso tao lindo de se preocupar não apenas com o estrago das ações que praticávamos, mas também e principalmente com o que se passava em nossos corações. Pelo menos comigo, era assim. Cometeu erros, obviamente, mas me  ensinou um lindo caminho da maternidade que eu espero trilhar!

 Nestas horas, quando penso em tudo isto, pra mim faz sentido gastar o máximo do meu tempo com meus filhos. Inclusive, estando com eles quando meu amado marido não pode estar. São tantas nuances, tantas coisas pequenas mas vitais pra ensinar que o tempo se torna pouco. Isso faz tanto sentido pra mim! É real e transparente como um cristal na luz do dia! Tem dias que eu tomo nota de coisas que penso no dia-a-dia que preciso ensinar aos meus filhos, só pra não esquecer…ao mesmo tempo eu sei que sozinha não posso, além do meu marido que é vital no processo todo, eu preciso da ajuda de Deus. Preciso que ele execute a obra de mudar o coração de pedra que todos nós de algum jeito carecemos que Ele modifique. Preciso que Ele mude a mim, para ser exemplo, e a meus filhos também.

Quando alguém fala pra mim que só precisa de um pouco de tempo de qualidade com os filhos, é nessa hora que eu digo a mim mesma que não dá! Eu preciso de quantidade com qualidade. Não espero ser entendida. Talvez eu não tenha a competência de outros, mas é assim pra mim. Sobre o episódio dos saques na minha cidade, em caso da lógica dos saqueadores se repetir em minha casa, quero ter a hombridade de uma mãe que pegou seu filho adolescente pelo braco e o fez devolver o eletrônico roubado, antes que a policia ameaçasse os saqueadores com abertura de processos. Contaram-me que aquela mãe disse em tom firme ao repórter, junto de um filho constrangido:
-Eu disse ao meu filho que não queria aquilo. Em nossa família conquistamos as coisas com suor e trabalho, não pegando as coisas alheias!
É por essa e outras razões que, sim, me ocupo de outras coisas, isso é salutar e importante, mas sempre que possível A mamãe está em casa! Muito pra ensinar e aprender…e a infância deles me parece tao curta! Eu preciso estar com eles nutrindo seus corações, mentes e corpos. Preciso estar com Deus para receber dEle diariamente o alimento para meu coração. É assim que me sinto e você?