Páginas

sábado, 17 de dezembro de 2016

Você, eu e João Batista… preparando o caminho para o salvador

 "Enviarei à tua frente o meu mensageiro;ele preparará o teu caminho. Voz do clama no deserto: preparem  o caminho para o Senhor, façam veredas retas para Ele". Marcos 1: 2-3


Escolhi abrir o post com o versículo que descreve a missão de João Batista porque ele me toca a alma. Já mencionei aqui no blog que sinto que a missão dos pais tem um pouco do que João Batista fazia: preparar o caminho para que o Salvador faça a obra. Não estou dizendo que Deus precise de mim e de você. Estou dizendo que, em seu plano infinito, Ele escolheu a você e a mim para anunciar  a salvação de Deus. Por isso creio que toda ocasião com nossos filhos deve ser revertida para o propósito com o qual fomos criadas.

Se o mundo fala de magia, nós falamos do Deus de milagres. Se falam da força dos sonhos, do pensamento positivo, nós falamos dos planos e projetos de Deus como guiando nossas vidas. Toda ocasião, a tempo e fora de tempo (II Tm 4.1,2), é uma ocasião que podemos usar para semear a boa semente no coração dos nossos filhos. Essa semana eu tive um exemplo concreto que mesmo quando eles são bem pequenos as nossas palavras não são jogadas no vácuo. Como eu quero compartilhar essa vivência que tive. 

Meu Benjamin já tem 6 anos. Quando ele tinha 4 anos, numa ocasião que lhe falei sobre Deus, fui interrogada por ele como eu sabia que tudo aquilo era verdade. Falei da minha fé, mas falei também de fatos, numa linguagem simples contei-lhe que o profeta Isaías, por exemplo, falou muito antes como Jesus seria e de tudo que sofreria. Abri com ele a Bíblia em Isaías 53 e fui explicando verso por verso. Falei de outros fatos e assim seguimos em frente. Semana passada, eu o vi repetir a informação. Assustada perguntei de onde ele tirou essa informação. Ele me respondeu: você me contou naquele dia quando perguntei se Deus era de verdade e como você sabia. Ali, na minha frente, estava constatado que as palavras de vida ficam gravadas. Eu sei que a fé do meu filho não pode ser firmada em fatos, apenas. Todavia, chamou a minha atenção o fato dele ter lembrado algo que lhe disse quando era ainda tão pequeno. Eu estou abrindo o caminho para o Salvador. Como João Batista, como a profetiza Ana, como Simeão, eu estou lá dizendo que há alguém mais forte, mais reto, justo e bom que quer passagem. Esse é o Salvador!!! Diante dEle não sou nada.

Estamos numa época do ano em que em nossa nação se usa o nome de Jesus de tantas formas… uns esperam dEle fama, riquezas, glorias e tantas outras coisas. Há os que lucram com seu nome, os que o usam como amuleto ou até como uma especie de ícone socialista, sem entender que sua missão na história é muito mais que repartir o pão entre todos. Ele veio para dar a vida, por mim, por você, por nós e por todos. Ele nos amou primeiro (I Jo 4:19) e morreu por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.3). Nós, como João Batista, temos o privilegio de superar a visão do menino na manjedoura como um pobrezinho e entender que ali morava a grandeza de alguém que escolheu vir. Ele não foi vitima das circunstancias. Ele escolheu vir e viver exatamente o que viveu.  Por isso, todo dia, numa sala de uma casa, numa cozinha, numa cama antes de dormir, numa mesa, há uma mãe convicta que a missão de João continua viva! Sim, nós dizemos para os pequeninos: Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! Há Alguém maior que eu, de quem não sou digna de desatar as sandálias. Dizemos: não olhe para a mamãe, olhe para Ele! Também, esperamos com alegria, não o dia em que o mundo nos reconhecerá como boas mães, mas o dia em que o Salvador vai entrar naquela vida pequenina e fazer dela morada.

Digo isso, com lágrimas nos olhos, e não espero que o mundo reconheça e entenda isso. Como João, muitas mães e eu parecemos malucas, fora do sistema, que escolheram viver na aridez do deserto! Há alguns dias fui questionada, por pessoas amorosas, porque faço o que faço. Ah, como examinei meu coração. Como o abri diante do Senhor em oração.  Não quero servir pelas razões erradas. Alguém me perguntou  o que farei quando meus filhos crescerem, me disse que desperdicei minha carreira acadêmica. Em outra ocasião fui interrogada por que fazia determinada coisa trabalhosa e para muitos enfadonha. Pedi a Deus que me sondasse. Perguntei a Ele se as minhas razões eram as dEle. Lendo minha Bíblia, eu encontrei a paz que sempre encontro, aquela paz que corta o silêncio da madrugada e enche o espaço da presença do rei da manjedoura. Eu não faço por mim, não faço por eles. É que, com todos os meus defeitos, precisando me dobrar  e corrigir a cada dia, eu fui feita pra isso. Eu e muitas outras mães, cada uma da sua forma e jeito entendemos nossa missão. Fomos chamadas para aplainar o caminho para o Salvador na vida de pequeninos. O Deus que poderia fazer tudo sozinho decidiu nos chamar.

Estamos esperando, exultantes quão Simão e Ana. Não esperamos como eles,  pegar Deus encarnado nos braços. Esperamos que o salvador more nas vidinhas pequenas e frágeis, mas igualmente marcadas pela mesma necessidade do Salvador que as ama. Eu sinto que como João fui designada e moldada para uma missão. A despeito da minha carne, que quer ser reconhecida, que quer algo em troca, em meu peito algo sussurra: Não, não é por você! Que Ele cresça, que você diminua. Isso até o dia em que Ele seja tão evidente na vida dos nossos pequenos que possamos dizer: Eis na vida de Benjamin, de Beatriz, de João, de Maria  o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo! Quando eles crescerem e a presença dEle seja evidente e o Espirito Santo testemunhar que há algo sobrenatural acontecendo, aos poucos, você e eu desapareceremos, seremos cada vez mais desnecessárias. Então…oh, então, você e eu podemos responder a tão aguda pergunta:  o que farei quando eles crescerem? Se outros pequeninos não existirem em nosso lar (não sou Deus para saber o amanhã),  eu continuarei a ser uma voz no deserto e o que quer que faça não poderá apagar o propósito com que fui criada: apontar para Ele! Apontar para o Salvador que tira o pecado do mundo.

Só entende as palavras escondidas no parágrafo anterior quem entende que uma mãe que abraça essa missão não faz dos seus filhos o centro da sua vida. Ela foi chamada para preparar o caminho do Salvador. Ela só cumpre sua missão. Sua vida não é entregue aos seus filhos. É entregue ao Salvador através deles. Eles são nosso campo de trabalho e amor e são também o instrumento de santificação em nossas vidas. É só isso, nada mais. Como João, todas nós não estamos aqui para ser vistas, estamos aqui para anuncia-lo e apontar para Ele. Nada mais. Nada mais…

Vivamos o natal assim! Que não seja sobre você nem sobre mim! Que em cada gesto para tornar nosso lar uma atmosfera agradável, para contar sobre Jesus e seu advento aos pequeninos, para tocar um coração com um bolo, um brinde, um gesto, o Salvador seja visto. Não apenas nesse dia, essa é a nossa missão. Fomos feitas para ela, mesmo que sejamos vistas como mulheres perdidas no deserto, comeremos mel silvestre (mas é mel!!!) e anunciaremos o Cordeiro de Deus, o único capaz de tirar o pecado do mundo.

Feliz Natal minhas queridas! Que a gloria  do Salvador nos cubra. Só uma mulher que se preenche em Cristo a cada dia pode como João Batista lutar contra o sistema e entender que há um propósito maior do que eu e o Salvador nos designou para Ele. A Ele a gloria, hoje e sempre em nós que somos sua igreja.

sábado, 29 de outubro de 2016

Recursos para apresentar o plano da Salvacão

Olá a todos,
Paz do Senhor!!!

Um dos princípios mais importantes com que me deparei quando tive meus filhos foi de que Deus os entregou a meu esposo e a mim como nossa máxima responsabilidade. Com o tempo e a busca por orientação divina através da Bíblia, eu me deparei com a clara constatação que qualquer área da educação de meus filhos é uma responsabilidade minha.

Sim! Eu posso contar com o auxilio de outras pessoas, mas biblicamente a maior responsabilidade é dos pais. Não adianta terceirizar, Deus confiou a você e a mim! Quando falo isso em  diferentes contextos, acabo falando sobre a necessidade de apresentarmos aos nossos filhos o plano da salvação. Sempre falo também da necessidade de, antes de tudo, compreendermos pela palavra a salvação que recebemos e de termos nós mesmos essa certeza (de que somos salvos). É bem verdade que podemos falar de modo simples, apenas usando palavras ungidas, na medida em que saem da boca de servos de Deus, mas há recursos que nos ajudam a falar da mensagem da salvação para os pequeninos.  Não há nada de novo em empregar recursos para falar do  amor do Senhor. Jesus usava diferentes elementos para explicar as verdades do céu o tempo todo. Ele usava a natureza ao seu redor e parabolas  para tornar simples as verdades do reino.

No entanto, embora se trate de crianças, e elas sejam bastante atraídas por recursos, tenho tomado o cuidado de me esforçar e orar para que a mensagem seja mais importante que os recursos. Uma mensagem baseada na palavra viva, cheia da graça infinita de Deus, mesmo que em simplicidade é eficaz. Também quero alertar você que Deus não espera que você tenha uma graduação em Pedagogia ou Psicologia Infantil, nem um curso em evangelismo infantil para que fale aos seus filhos da salvação. O que tenho visto e aprendido é que cada mãe tem um "cajado na mão'' dado por Deus. Algumas são boas com recursos visuais, outras falam com facilidade com crianças, outras sao uma verdadeira caixinha de surpresas e eu poderia fazer uma lista sem fim.  No entanto, o que posso afirmar com certeza é que  todas as mães que se põem nas mãos de Deus e se deixam tomar pelo amor divino gracioso e grandioso que as faz chorar pela salvação dos filhos recebem de Deus o necessário para serem instrumentos vivos na vida de seus filhos.

Portanto, aquilo que pregamos aos nosso filhos, a mensagem da cruz, propriamente, deve ter lugar central. Sim! Ao falarmos do plano da salvação , a mensagem deve ser mais importantes que tudo. Quanto mais impactados as crianças forem pela mensagem, quanto mais for evidente um coração compungido, arrependido diante de Deus e consciente que é um pecador , maior é o ganho. Se nossos filhos, alunos de classe bíblica ou crianças que evangelizamos sequer lembrarem de nós e dos nossos recurso, mas lembrarem da mensagem, ela terá sido efetiva. Lembro muito da minha mãe, quando falo sobre esse tema. Eu sempre fui uma criança que precisava ser convencida. Sempre tinha perguntas a fazer. Ela sempre me falava do Senhor. Então, num belo dia, ela tinha saído para visitar enfermos e meu pai estava no patio do templo resolvendo problemas . Eu peguei um livro para ler e, através dele, o Senhor tocou meu coração. Tudo que minha mãe falava sobre o Salvador fez sentido e eu abri meu coração e convidei Jesus para ser Senhor da minha vida. Não aceitei Jesus com ela, mas a semente que ela plantou brotou e quando ela chegou em casa eu estava chorando agarrada com o livro, recebendo Jesus como meu único e suficiente salvador(como gosto dessa expressão, único e suficiente). Que Deus nos dê a graça para que sejamos portadores de sua mensagem e para que, como João Batista, queiramos que ele cresça mesmo que o efeito direto seja nós diminuirmos  ou até sumirmos. 

Feita essa observação, que me parece crucial, gostaria de apresentar um recurso que a bastante tempo ajuda muitos evangelistas infantis a falarem do Senhor para os pequeninos: o Método das cores ou, como é mais conhecido, o método do Livro sem Palavras. O livro sem palavras é proveniente de um sermão pregado por Charles Haddon Spurgeon numa noite de quinta-feira no Tabernáculo Metropolitano em Newington, Londres. Spurgeon usou, na ocasião,  como texto base o Salmo 51:7 : ``Lava-me e ficarei mais branco que a neve''. Ele se referiu naquela ocasião  a um velho ministro que usava um livro com 3 cores e sem palavras. Nesse sermão, ele faz uso das cores preta, branca e vermelha para simbolizar o plano da salvação. Hoje, o recurso é utilizado com cinco cores e é de uso geral com crianças . As cores são preto (ou uma cor escura, há quem use marrom, há quem use uma folha manchada), vermelho, branco, verde e amarelo (ou dourado).

Imagem:ke.artes.zip.net


O livro sem palavras é um recurso de fácil confecção:





Apesar dessa ser a versão mais simples do uso das cores para falar da mensagem da salvação, outros recursos podem ser empregados usando as cores. Vou postar alguns aqui:



Dedoches com as cores
Imagem: Elo 7

Fitas
Imagem:Telma Raquel



Corações de Cartolina Color 7
Fonte:Crianças para Jesus



Fiz a escolha dos métodos que me parecem mais simples. Todavia, há uma infinidade de recursos mais atrativos e complexos que ficam para as mamães mais prendadas. É muito importante usar a Bíblia ao falar do plano da salvação e usar versículos bíblicos para embasar cada etapa da mensagem. Cada cor tem uma simbologia:


A cor preta ou escura simboliza o pecado e seu efeito sobre o homem, a cor vermelha o sangue de Cristo, o branco retrata o perdão dos pecados, o verde é usado para falar da vida nova em Cristo e o dourado ou amarelo simboliza o céu. Ao falar de cada cor, é importante usar versículos bíblicos e não perder o foco principal. 

Falemos de Jesus aos nossos pequeninos! Falemos sem hesitar! Falemos por todo o tempo que pudermos! 

Espero que nosso Deus nos transforme em pescadores de crianças para o Mestre e que nossos filhos, sentindo o gozo da salvação espalhem a preciosa semente! 

domingo, 25 de setembro de 2016

O que você pode esperar do professor do seu filho

A vocação do nosso País para polêmicas não se esgota. Uma das últimas foi a proposta de reforma curricular do ensino médio. Como eu sempre escrevo sobre as coisas quando a poeira baixa, pois meu timing é meio confuso, não é sobre isso que vou falar. No entanto, há um tema do qual tento falar a meses. Creio que agora chegou a hora. Quero falar da discussão  instaurada pela proposta do projeto de lei Escola sem Partido apresentada pelo senador Magno Malta. O projeto tenta abordar a tentativa de hegemonia de tendencias ideológicas na nossa sociedade e a forma como ela se traduz na escolarização de crianças e adolescentes e na formação universitária. O eixo temático que vejo aferventar a discussão  é o direito ou não do professor de uma escola ou universidade enviesar suas aulas de uma forma que leve a uma flagrante doutrinação ideológica. Essa discussão foi fomentada por setores da sociedade que passaram a divulgar denuncias sobre o tema, apontando para fatos acontecidos em sala de aula ou conteúdos contidos em livros didáticos.

Qualquer pessoa com um minimo de bom senso sabe que o que cremos e pensamos é parte de nós. É possível ser neutro em qualquer fazer? É possível tirar nossas crenças e convicções como quem tira um jaleco ao fazermos nosso trabalho? Não, não o é! Então, estou eu defendendo o que chamaremos de doutrinação ideológica e definiremos como o ato de tentar persuadir alguém à própria crença? Não estou!

Assumindo essas premissas, logo decorrem questões práticas. Posso esperar que um professor que leciona ao meu filho seja neutro? Devo pretender que meu filho nunca se depare com um discurso que põe em dúvida a fé que eu queira deixar-lhe como legado? Não é essa a questão que se impõe a mim como mãe cristã que sou. Enquanto escrevo este post, eu penso nos pais que têm seus filhos nas escolas e nos professores que tem sua subjetividade e seu olhar transpassado por sua percepção da realidade. É possível resolver esse dilema? É possível ter bom senso ao abordar esta questão? Creio que  sim.

Como mãe, eu sei que qualquer autor de programa de TV ou livro, qualquer professor, qualquer pessoa que conviva com meus filhos só poderá compreender as verdades que compõem o eixo central da minha fé se experimentarem o novo nascimento  e tiver um olhar contextualizado e cuidadoso para os elementos que norteiam a forma como vivemos. Mesmo quando se trata dos meus filhos, só posso esperar que vejam certas coisas se experimentarem igualmente o novo nascimento. Sei também que a maternidade intencionalmente cristã inclui ouvir dos meus filhos muitos questionamentos e não desistir deles e orar para que Deus faca a obra na vida deles. No entanto, há uma expectativa que pode ser coerente e respeitosa com os meios a partir dos quais as informações emanam. Posso esperar dos professores e dos meios de informacão, em geral, um minimo de respeito e bom senso e do que vou nomear honestidade intelectual. Deixem que fale disso a partir de exemplos.

Fui aluna e professora universitária por alguns anos. Entrei numa universidade pública no fim da minha adolescência e saí de lá quando meu primeiro filho estava no seu primeiro ano de vida, aos 34 anos. Foi um longo caminho. Sou cristã convicta. Não é difícil identificar isso visualmente, nem é preciso que abra a boca e já se sabe a que grupo cristão pertenço. Nunca deixei de ter uma Bíblia comigo nas minhas idas e vindas no campus. Já presenteie alunos com livros cristãos que viram sobre minha mesa e me pediram pra ler. Já recebi pedidos de alunos para que orasse por eles nas minhas horas vagas e já orei por uma colega deprimida e perdida num intervalo. Muitas vezes, com a sala de professores vazia ou o laboratorio de que fazia parte silencioso, no meu intervalo de almoço, alguém me flagrou no cantinho com os olhos fechados e me perguntou: você estava orando ou meditando? Posso interromper você? Você é pastora Ana? Você consegue ser crente, mesmo sendo quase doutora? Não é contraditorio ser pesquisadora e cristã?. Nunca escondi quem sou. Isso nunca me impediu de fazer o meu papel! Nunca deixei de ministrar os conteúdos em coerencia com a ementa posta. Tive orientando de monografia e prática de pesquisa e alunos das mais diversas orientacões e confissões de fé. Muitos colegas de diferentes crenças o faziam também. Não, eu não era a única! Conheço também irmãos pedreiros, marceneiros, motoristas e de tantas outras profissões que pregam nas horas de almoço, cantam louvores enquanto batem pregos, mas entendem que foram pagos para fazer um trabalho e ali precisam ser bons profissionais e ter parâmetros. O fato de falar da mensagem da cruz é importante, mas eles foram pagos para fazer um trabalho e precisam entrega-lo.


Todavia, a despeito dos casos apresentados, precisamos discutir o que pode e o que não sob o guarda-chuva da liberdade. O que dizer do professor adepto de filosofias orientais que em vez de dar aulas de Introdução à Sociologia no curso de filosofia resolve fazer meditação com os alunos e ensinar psicologia transpessoal  e ao ser questionado pelo aluno cristão crê estar nele (o aluno) o problema?Ou o que dizer do professor de Jornalismo que diz olhando para uma aluna cristã que quem é cristão de tal grupo nao deveria estar ali porque tem os olhos vendados para a realidade e é preconceituoso? O que dizer do professor que não admite que um teórico com visão liberal de econômia seja objeto de discussão da aula ministrada  por um outro colega e invade a sala de aula do mesmo fazendo ameaça velada e dizendo que lutou muito para que aquela forma de pensar seja banida da academia? Ou o que pensar daquele que ao criticar a confissão religiosa do aluno não permite que o mesmo mostre as lacunas historicas e contextuais da critica feita totalmente fora do conteúdo?

As disciplinas na universidade têm uma ementa que é um norteador temático que propõe eixos curriculares ao conteúdo ministrado. Como professora, eu podia e qualquer colega pode escolher bibliografia, a forma de abordar o conteúdo e trabalhar com ele o caminho temático e abordagem. Ao fazer escolhas, eu preciso pensar nas diferentes abordagens e naquilo que é importante que meu aluno conheça, o que é uma escolha seletiva e já inclui e exclui conteúdos. Sim, essa é uma escolha em que minha subjetividade, conhecimento e trajetória vão estar presentes. No entanto, quando eu permito que minhas escolhas se sobreponham ao que a ementa da disciplina propõe, isso pode e deve ser questionado. 

Nas escolas, nas universidades, nos centros de ensino em geral, quando o aluno se matricula o faz em uma escola que tem um projeto pedagógico. Fora esse projeto, há também parâmetros curriculares que definem eixos temáticos, minimamente.No ensino universitário temos a ementa da disciplina e nas escolas no geral temos os parâmetros curriculares. Em nome da liberdade de pensamento e expressão do professor não posso me contrapor à lei ou fazer um proselitismo em que autores fora da minha abordagem sejam excluídos. Que liberdade de expressão é essa que permite a um professor dizer em sala de aula que o aluno que tem determinada crença não serve para determinada profissão? Que liberdade de pensamento e expressão é esse que desrespeita a existência de outros autores que tratam do tema a partir de um diferente paradigma e tolhem o aluno do direito de conhece-los? Que liberdade de expressão é essa que faz o professor combinar com o que ele chama de ``galera inclusiva''e vestir meninos de meninas na escola de educação infantil?

Creio que um professor possa manifestar sua opinião sobre um tema. Ele pode inclusive deixar claro sua visão de fenômeno e sua critica a outras visões de mundo, mas não pode se valer do lugar de professor para tolher o direito dos alunos de compreenderem um fenômeno, a partir de um outro paradigma. Creio que ele não pode substituir eixos curriculares por temas que respondam ao seus interesses em detrimento aos eixos educacionais apresentados aos pais e aceitos por esses como parâmetros. Você pode ser uma professora feminista, mas não pode esperar que ao fim do semestre todos sejam feministas e deve conviver tranquilamente com o aluno que não abraça essa visão de mundo e até se contrapõe a essa visão. Caso sua paixão seja tão grande que leve você a não conviver pacificamente com o aluno que o interpela e diz não aceitar sua visão, muitas vezes de forma critica e fundamentada, seu lugar não é na sala de aula, é na militância do movimento feminista. Outra alternativa é abrir uma escola de confissão feminista e convocar pais para que lá matriculem seus filhos.

Um outro aspecto que deve ser tratado é o que acima chamei de honestidade intelectual. Minhas criticas não podem fugir à margem interpretativas deixadas pelas premissas de outras teorias. Já vi, por exemplo, gente fazendo critica ao cristianismo sem qualquer fundamento. Na academia já ouvi as citações mais bizarras (inexistentes, mesmo) e fora de contexto. Já ouvi que para os cristãos o fruto proibido  do Edem era o sexo e já ouvi interpretações sobre textos bíblicos de quem sequer leu os textos que critica. Já vi até gente confundir frases do cancioneiro popular com palavras do Apostolo Paulo. Isso é desonesto e desleal. Nem é doutrinação, é cegueira ignorante, dissonância cognitiva!

Tenho minhas resistências, discordancias e diferenças teoricas com muitos pontos da psicanálise, por exemplo. Essas criticas foram calcadas em anos de estudo da Psicologia. O humanismo psicológico também  não me representa e me parece estar em antagonismo com a visão bíblica de homem. No entanto, não posso para cooptar adeptos distorcer palavras, dizer sem fundamentos coisas sobre Carl Rogers e Freud que sem qualquer conhecimento em suas teorias e biografias. Se vou critica-los, que o faça honesta e fundamentadamente.  Ou seja, preciso me debruçar e estudar para criticar.

Eu acho sim que precisamos discutir certas coisas e separar o que é liberdade de expressão e pensamento do que é militância cega e ferrenha. Como pais, creio que devemos ter espaço na discussão da questão. Não fiquemos de fora. Nosso reino não é aqui, mas há pelejas que são nossas e não devemos nos omitir. Deus nos ajude!

quinta-feira, 7 de julho de 2016

A infância e seus rumos- A sensualização da infância


 Paz para todos!
O texto a seguir foi solicitado pelo Jornal AdNews e publicado na sua 42a edição.Como é um texto relativo à maternidade, eu o compartilho com os leitores do blog.

 Recebi um tema bastante sugestivo para falar nesta edição do AdNews: a Sensualização da infância. Esse é um assunto sobre o qual devemos refletir com clareza e que está ligado a outros dois temas: a adultizacão infantil e  a relativização dos valores, especialmente aqueles calcados em princípios que representam tradições da nossa sociedade.

Ao falarmos sobre a adultização, precisamos dizer que esse é um lado da moeda. Ao mesmo tempo, em que se evita um mínimo de responsabilidade na infância e na adolescência, que cada vez se prolonga mais,  erotiza-se a infância produzindo, especialmente,  crianças sensualizadas e expostas, cada vez mais cedo, a uma cultura que trata o corpo como objeto descartável do prazer imediato.  Esta é uma ambiguidade que se traduz nas relações juvenis, cada vez mais precoces que podem ser resumidas na seguinte frase: jovens imaturos para relacionamentos sérios, mas instruídos para o exercício da sexualidade, numa conjunção de valores em que ser responsável é não pegar DSTs (doenças sexualmente transmissíveis)  e não engravidar.

É importante desfazer mitos sobre a sexualidade infantil e, ao mesmo tempo, refletir sobre quais são os limites e fronteiras de um desenvolvimento que julgamos saudável. Não podemos e nem devemos tratar a criança como assexuada. Qualquer pai ou mãe atento sabe que há um desenvolvimento do conhecimento do corpo que se dá na infância, como processo do próprio reconhecimento de si e das diferenças físicas, sociais e culturais sobre si mesmo e o outro.  No entanto, a erotização da infância não pode ser confundida com este aspecto do crescer. Dizer que não ceder ao modelo atual de abordagem do tema é não tratar do desenvolvimento psicossexual da criança é no mínimo intelectualmente desonesto!

No Brasil, atentamos para este fenômeno a pouco tempo. Para muitos, falar reprovando atitudes erotizantes é, inclusive, fruto de uma regulação conservadora arcaica inibidora de liberdades individuais.  No entanto,  este é sim um fenômeno que não começou agora. Vamos voltar no tempo, especialmente aos anos oitenta, com a eclosão das apresentadoras infantis  e suas ajudantes  com seus figurinos, representado um misto de ninfetas sensuais e personagens infantis. Já que estas,  ao mesmo tempo,  usavam penteados  e figurinos coloridos e infantilizados mas sem abandonar uma clara proposta sensual e reveladora do corpo. Programas como Gladys e seus bichinhos, exibido nos anos 70, conhecido por seus personagens ingênuos e sua apresentadora chamada de tia pelas crianças perderam espaço. As tias cederam lugar a loiras e morenas esculturais! Logo, logo, essas se tornaram figuras seguidas e presentes no imaginário infantil e passaram a ter sua imagem explorada pela indústria do entretenimento em produtos próprios para a infância.

Assim, a sociedade brasileira começou a trilhar cada vez mais um caminho de erotização da infância que hoje se revela na tentativa de tratar o prazer sexual  e a discussão da sexualidade como algo presente já na segunda infância. Não é exagero! É só lembrarmos das cartilhas ensinando as crianças a tocarem seus genitais numa busca exploratória por prazer e das constantes tentativas de incluir o que se chama de educação sexual nas escolas. Além disto, pode-se também perceber a mudança no vestuário infantil que a cada dia apresenta de forma mais  dominante modelos que aparecem nas vitrines adultas com uma proposta sensual  em tamanhos menores para as crianças.  Estas iniciativas se traduzem no forte apelo infantil por cantoras sensuais adultas, que constroem seus personagens e músicas com um apelo à erotização  e a imagem de mulheres indomáveis e dominadoras pela via da sensualidade. Já houve o tempo da Kelly Kye, agora temos as músicas da funkeira Anita e os sons internacionais com proposta sensual nas baladinhas das festas infantis de aniversário. Por exemplo, não é incomum ir a um aniversário infantil de alguém que não professa a fé cristã e ver as crianças enlouquecidas dançando ao som da voz masculina Shaggy que canta: Hey, Sexy Lady! ou menininhas dançando as coreografias de Anita, descendo até o chão e com vestuários na mesma proposta.

Os defensores das formas contemporâneas de erotização da infância se dividem em dois grupos. Primeiro, o dos que exploram a indústria do vestuário e do entretenimento infantil, esta já descrevemos acima. Todavia, há aqueles que rejeitam este titulo. Eles até me processariam se desse nome aos bois. São os que defendem modelos ideológicos em que não se espera pela pergunta infantil sobre a sexualidade, esses sentem uma forte necessidade de antecipar-se e apresentar orientações sobre o comportamento sexual. Sim! Eles não querem falar de biologia! Não querem esperar! Sua urgência é evidente e segue uma agenda muito bem pensada e estabelecida. Querem entrar na sala de aula e sem que nenhuma criança pergunte começar a falar. Isso, de preferencia, na ausência dos arcaicos pais que produzem um modelo denominado por eles como modelo opressor de educação sexual.  Essas tentativas estão na escola, mas não só lá. São da mesma engenharia social que apresenta sutilmente sua mensagem sexualizada nos desenhos animados e nas revistas  e folhetins televisivos que já tiveram como publico jovens, também adolescentes e hoje trabalham para atrair crianças entre 7 e 8 anos. Elas estão também nas cenas sutilmente colocadas em filmes infantis, em que só crianças que assistem aos mesmos filmes até memorizar as cenas percebem.


Os engenheiros dessa nova ordem social propõem um olhar sobre quem anda na direção oposta que os situa como arcaicos que têm uma visão assexuada da infância. Não se trata disto! Trata-se de esperar as perguntas antes de dar informações! Trata-se de esperar o corpo crescer antes de instigar a mente, trata-se de tomar a mão de uma criança e andar no ritmo dela, em vez de colocar em mãos massificantes o crescimento de nossos filhos. Trata-se de tratar o corpo das nossas menininhas sem coisificá-los. Trata-se de dizer não  a erotização da infância e deixar que eles cresçam e se reconheçam sem pressa, tratando o outro como pessoa e não como uma boca a mais a beijar e um corpo a mais a explorar quando crescerem.  Trata-se de dizer não à erotização de nossos pequeninos.  Trata-se também de deixar que nossos pequenos saibam que valem o preço valioso do sangue do Cordeiro Unigenito, antes que alguém lhes digam que precisam desnudar o corpo numa self para terem valor para alguém.  Nós, pais cristãos, somos responsáveis pela contracultura da resistência! Goste o mundo, ou não, estamos na terra e continuaremos resistindo de pé, mesmo que todos se dobrem. 

sábado, 2 de julho de 2016

Para mamães imperfeitas como eu

Queridas mamães,

Este é mais um daqueles períodos em que eu paro um pouco e escrevo menos, mas para mim é quase impossível esquecer o blog. De algum modo, eu me sinto encorajada a escrever. O blog faz com que eu perceba que há mais gente na resistência contra a avalanche de valores contrários  que cada vez mais tenta se impor às famílias cristãs. Sempre recebo mensagens de outras mães, sempre trocamos ideias e nos encorajamos mutuamente, e nesses momentos eu vejo que embora tenhamos jeitos diferentes, abordagens diferentes, rotinas diferentes e histórias também diferentes o desejo de agradar a Cristo e seguir as ordenanças dadas em sua palavra no nosso jeito de ser mãe, nos leva ao exercício da comunhão. Tenho sido ensinada pelo Senhor através dessa comunhão e meu pedido a seu Santo Espirito é que a cada dia trabalhe em meu viver e apesar das minhas fraquezas me transforme cada vez mais em emissária de sua palavra. Que eu seja agregadora, que junte mães, não para me seguirem, mas para lutarem a batalha de fazer da maternidade portadora da gloria do Pai. 

No entanto, depois dessas palavras de saudades das minhas irmãs de jornada, queria dizer algo àquelas que estão se esforçando para serem as melhores mães possíveis. Por mais que saibamos que nunca seremos mães perfeitas, podemos nos esforçar para ser boas mães. Este post é para aquelas que estão se esforçando para sê-lo.  Ele é também direcionado àquelas que no seu ventre carregam seus filhos e que já são mamães. Afinal, não podemos lidar com uma vida como se ainda não existisse. Penso naquelas mães que imaginam que nunca serão as mães que seus filhos precisam. Talvez alguma delas ache que ser mãe exige uma perfeição que não tem. Penso naquelas que serão mamães e que estão temendo não ser boas o suficiente. Conheço algumas assim que carregam dores  profundas oriundas de suas histórias. Elas vivenciaram depressão, dor , ansiedades, assédio moral, abuso sexual e tantas ocorrências tristes que as fazem querer proteger seus filhos e ao mesmo tempo sentirem que não são capazes de superar a velha cena que lhes abate a mente e coração. Outras nunca cuidaram de ninguém, muitas vezes nem de si mesmas e isso ocasiona tantas ansiedades e o sentimento de que são incapazes.

Conheço mães que vivem historias tão diferentes, mas tão iguais ao fundo, porque todas elas, como eu, são confrontadas com a verdade de sua imperfeição. Já escrevi tanto aqui sobre isso que muitas leitoras mais atentas à sequencia do meu texto provavelmente vão sentir um sentimento de revival ou flashback. No entanto, creio que a maternidade nos desnuda emocionalmente e espiritualmente e nos traz o beneficio de mostrar quem somos de fato. O que sai de nosso interior nos torna reprováveis ( Mateus 15.11) e a maternidade intencional e presente manifesta aquilo que de fato temos dentro. Não há nada que revele mais o que Deus precisa tratar em mim que o meu dia-a-dia como mãe e esposa.  Não posso dar desculpas psicológicas ao pecado que quer reinar em mim e a maternidade manifesta. Portanto, quero encorajar cada mamãe que sente que educar uma criança e ajudá-la a crescer para Deus é difícil ou que sente que falha a seguir em frente. Não vou alimentar minhas imperfeições, nem vou vestir uma roupa de perfeição que não me cabe. No entanto, quero estar ao dispor para ser moldada e modificada e quero ser santificada a cada dia. Uma coisa me é muito clara: Deus usa a maternidade para me corrigir para que eu não seja condenada com o mundo. Eu sinto viva a palavra inspirada pelo Espirito de que somos repreendidos pelo Senhor para não sermos condenados com o mundo. Posso dizer que nunca fui tão confrontada, que nunca tive uma casa do oleiro tão forte como tornar-me esposa e mãe. Eu entendo claramente quando o apostolo Paulo diz que tendo filhos e amando-os, bem como a nossos maridos somos salvas. Não somos salvas no sentido da salvação eterna dada por Cristo na cruz. Somos salvas de nós mesmas, das nossas inseguranças, das nossas necessidades autocentradas e egoístas, dos valores supérfluos, da sedução de ouvir o nosso coração e da armadilha de vivermos em torno de nossas emoções e sentimentos e nos tornarmos infelizes escravas de necessidades que só supriremos no Criador.

Vamos ao que me parece verdadeiro. Não somos perfeitas. Somos falhas, marcadas pelas limitações  de nossa estrutura calcada e moldada na historia de vida que temos, inscrita em nossos padrões de comportamento e relacionamentos, nos valores que conscientemente ou não temos. Somos pecadoras remidas que não queremos voltar ao charco escorregadio de lodo de onde fomos tiradas.Temos, cada uma,  um temperamento cheio de potencialidades, mas também de fraquezas reveladas ou ocultas no silêncio de nossas lutas interiores. Então, recebemos pequenos seres para conduzir na vida e para servir-lhes de exemplo. Que fazer? A quem recorrer?  Como lidar?

Você pesquisa e toma uma série de decisões antes que nasçam. De repente, contra sua vontade as circunstancias, seu cansaço, ou o que seja se opõe a você. Cada minima coisa parece um grande problema. Ainda me lembro da minha luta para amamentar meu filho e de como fiquei ao perceber que por um problema fisiológico teria que amamentar complementando.Não queria ser uma mãe diferente da dos ideais dos livros que li. Que armadilha terrível!  No entanto, não sabia que este seria um pequeno detalhe do começo de minha luta diária para dar o melhor e  às vezes constatar que não era suficiente! Como mães lutamos contra uma série de fatores que nos impedem de caminhar sozinhas e demandam uma dose extra da bondade e misericórdia do alto e uma outra imensa de graça divina, sabedoria e de admissão de nossa falibilidade. Não cabe uma postura de especialista! Não cabe se achar sábia e suficiente! Já nos diz o apostolo Tiago o quão diabólica é a sabedoria humana cheia de pretensão e arrogância que bate no peito e diz tudo sei.

Ser mãe revelou em mim fraquezas que não sabia ter. Ser mãe  me mostrou o quanto sou incapaz de dar conta de tudo sozinha. Ser mãe me ensinou a pedir ajuda, mas também a correr a próxima milha em minha fraqueza e no ultimo impulso de força. A maternidade intencionalmente bíblica, centrada nos valores divinos, não revela o quão boas somos, mas o quanto precisamos de Cristo e do seu corpo na terra, sua igreja. Ser mãe revela, qual espelho, as áreas da nossa vida que precisam do trabalho do Espirito Santo de Deus. Nesses momentos, é difícil persistir! É difícil tal qual Pedro gritar: Senhor, socorre-me! Estou me afogando! Estou mee afogando em mim mesma! Estou me afogando no cansaço! Estou me afogando na minha carme! Estou me afogando no meu passado, repetindo padrões de comportamento!!!

Então se você tem visto seus defeitos com clareza, se tem percebido que há um longo caminho de aperfeiçoamento pela frente, glorifique a Deus e deixe que em você comece a ser produzido o bom fruto. Não finja que é perfeita! Não viva como se fosse perfeita! Não construa uma imagem perfeita!Apenas deixar Deus lhe corrigir a tornar melhor. Com lágrimas nos olhos preciso fazer a cada leitora uma confissão: O que mais tenho aprendido como mãe que sou é a pedir perdão. Às vezes erro com meus filhos, percebo que não estou sendo um bom espelho, que não estou sendo portadora da verdade da cruz. Então, eu peço perdão a Deus e a eles. Como é dificil faze-lo! Quero que saibam que estou lutando a mesma luta contra o pecado que eles. Que como Paulo, eu poderia gritar: Miserável homem que sou! Quem me livrará desse corpo de morte? Então o poder de Deus se torna em mim perfeito e me ajuda a crescer nEle. Sim, eu quero que saibam que luto a mesma luta que eles e que me esforço para ser exemplo.

Eu já escrevi um texto estimulando vocês a não desistirem dos filhos, agora escrevo implorando a você que sente que não dá conta e que seus erros, defeitos, ansiedades e marcas não lhe permitem ser a mãe que Deus quer que não desista de voce. Se você tem sussurrado para si mesma que não consegue ser a mãe que deveria, estamos juntas. Para mim basta bem pouco tempo ouvindo mais minha carne que o Santo Espirito para que ela impere e imperando dê a luz ao pecado que mais corrói: aquele que parece pequeno, mas que como ferrugem você não percebe quando brota e se multiplica e nos mina a alma. Falo da murmuração, da ira, do engano e do erro lá do Edem de culparmos os outros pelo nosso próprio pecado e tantos outros frutos pecaminosos que passam de largo aos que não lutam nossa batalha. Afinal, os outros podem até serem responsáveis por algo que nos ocorre, mas nunca serão responsáveis por como respondemos a isso e como nos sentimos a respeito.
A minha mais sincera impressão enquanto escrevo é que nunca deixarei de clamar como Pedro, toda vez que achar que de mim mesma sou capaz ou que for tentada a olhar a profundidade do mar sobre o qual ando numa atitude de incredulidade. Eu preciso constantemente gritar: Senhor socorre-me! Eu preciso entender que dependo dEle.

domingo, 8 de maio de 2016

Feliz dia das mães!!!


 
AS MÃES SÃO FLORES
Gióia Jr.
São como as flores,
São como as flores, na suavidade, no aroma e cor
No sacrifício da mocidade, na doce benção, no puro amor.
São como as rosas maravilhosas, são como lírios, brancos de paz,
São flores belas de raras cores, são como aroma que satisfaz.
Cores e flores, perfumes, brilhos,
Dão-se inteirinhas de coração.
Vivem na vida dos próprios filhos,
Vivem ternura, vivem perdão.
As mães são flores,
As mães queridas, são margaridas, são girassóis,
Belas estrelas que a terra nutre, ao beijo quente de muitos sóis.
As mães são flores, mas flores murcham, Têm vida curta, sacrificiais
Que vivam muito, pedimos hoje, ao Deus bendito,
Que vivam mais.
As mães são flores, rubras, douradas, iluminadas e muito amadas.
Sonho e afeição. Casa na rocha, que não se abala,
convive e fala, verso e canção.
As mães são flores. Deus as proteja,
Deus cuide delas com muito amor.
As mães são flores. Queridas flores, flores do trono do Salvador.
Jardim é a vida as mães são flores e no seu dia, cantamos nós,
Deus dê a todas este presente:
Que vivam muito, mais do que a gente
Para que nunca fiquemos sós.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Passei aqui para lembrar você...

 Oi mamãe querida!
Vez por outra, temos  que ser lembradas que qualquer dor que suportarmos…
Qualquer incompreensão que cumprir nosso papel de mulheres cristãs, mães e esposas ocasione…
Qualquer cansaço que nosso corpo não conseguir absorver
Qualquer ingratidão que tenhamos que enfrentar
Qualquer coisa que pese em nossos ombros…
Não se compara ao sofrimento que Quem nos deu a missão de cuidar plenamente dos nossos enfrentou.
Então, quando quiser desistir,
e  até quando achar que ninguém ao seu redor faz valer a pena seus desvelos e sacrifício…
Lembre que alguém chegou à morte por amor a você te pediu algo.
Essa pessoa te deu uma missão e inspirou sábios homens a registra-lo em sua palavra:
Ele pediu que você manifestasse o amor dEle em serviço aos seus.
Faça por Ele! Suspire e pense: Ele merece?
É ao Senhor que tu serves, mãe!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Administraçao Familiar



Bom Dia!

"(…)  Cada  casa precisa de um administrador da família- uma pessoa que precisa fiscalizar os afazeres domésticos pela perspectiva de um administrador executivo da organização mais importante do mundo. Administração familiar, assim como todas as outras boas administrações, não tem nada a ver com um ditador impondo padrões arbitrários difíceis de alcançar. É sobre dividir responsabilidades, ajudando cada membro a encontrar seu próprio lugar e encorajando cada um ao sucesso".

Kathy Peel em  Donas de casa Estressadas (p.23-24)

Se você é uma dona de casa, é muito importante em seu papel. Glorifique a Deus por ele! Viva-o da melhor forma que lhe  é possível!

Imagem:womansday.com

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Sim! Lugar de crianças é no templo!

Oi mamães queridas!

Por estes dias, a pedido de uma mamãe que conheci via blog, dei uma olhada numa matéria sobre  crianças no templo. Quem assinava a matéria era uma pessoa que ainda não teve o privilegio de ser mãe, mas que fazia um claro  esforço para ajudar mães que lidam com crianças que não ficam quietas no culto.
Estamos falando de bebês e crianças pequenas. Pode parecer fácil, mas não é! Mesmo quem é mãe não faz ideia que nem todo mundo tem a mesma experiência ou lida com as mesmas dificuldades. Eu, pelo menos, tenho dois filhos. Cada um me abriu um novo mundo e me lançou novos desafios. Benjamin dormia o culto todo, quando bebê. Chegava dormindo e saia dormindo. Nunca se incomodou com nada que ocorresse no culto. Beatriz foi diferente! Como ela foi diferente. Nos primeiros meses, depois de um período em casa, comecei a leva-la aos cultos. Ela se incomodava com tudo e mesmo exausta não conseguia pegar no sono. Quando ela adormecia eu já estava despenteada, amassada e exausta, fora minha lombar que era uma coisa a parte e dolorida. Terminei muitos cultos com os pés e pernas dormentes. Foi assim durante quase todo o seu primeiro ano de vida. Houve um momento que eu tive total consciência que teria que ser assim e eu precisava tornar as coisas melhores na medida em que fosse possível, pois logo aqueles momentos passariam.  Aos poucos, vagarosamente, as coisas foram se ajustando. Hoje, não há dificuldade em irmos juntos ao culto. Ela até pede para ir ao templo. Ao completar um ano de idade, tudo foi se ajustando.

Creio que a adaptação de cada criança à rotina do culto não é fácil. No entanto, nem de longe vou sugerir que deixemos nossos filhos em casa. Levar as crianças ao templo é importante e desperta nos pequeninos a compreensão de como vivemos e daquilo que de fato tem valor. Já ouvi pais dizerem que não achavam importante levar os filhos ao templo porque lá eles não entenderiam o que se passa.  É a opinião deles, eu respeito. Só penso diferente.

Eu vou usar exemplos de outro contexto e ambiente para tentar explicar porque penso que é importante que os pequenos frequentem os cultos.  Na minha cidade, Recife, o carnaval de rua é considerada uma tradição popular. Um dos polos de carnaval é a parte antiga da cidade. Lá se aglomera uma parte da população, com suas fantasias e adereços para sustentar essa tradição. Não vou fazer uma analise da festa, do evento. Não é este o propósito do post. Citei esse exemplo porque duvido muito que uma criança pequena compreenda o que ali se passa. No entanto, os pais põem  fantasias em seus filhos e os levam e cantam com eles marchinhas de carnaval com letras antigas e tradicionais. Por que eles fazem isso? Alguns deles provavelmente porque julgam importante passar adiante o que consideram legado social. Levar os filhos a certos locais os insere na tradição cultural.

Como cristãos somos chamados a transmitir a nossos filhos nosso legado maior: nossa fé. Embora o cristianismo não seja um conjunto de ritos e tradições mortas, ele tem seus memoriais que apontam para Cristo, seu sacrifício e a vida nova que temos nele. As tradições vivas são assim, elas têm um significado. O culto é um evento em que como povo de Deus nos juntamos para comungar da fé e de uma atitude de adoração Àquele que é a razão da nossa nova vida. Quando levamos nossos filhos ao templo, mesmo quando são pequenos, os estamos introduzindo numa cultura de fé, de adoração e devoção. Creio que estamos mostrando a eles atitudes que não são vazias e encontram no coração contrito e adorador um exemplo de amor pelos átrios do Senhor. Meu filho e o seu talvez não entendam o que quer dizer a letra do hino que entoamos, mas ao ver lagrimas rolarem dos olhos de uma mãe contrita na presença do Altíssimo , ao ver a atenção que damos à Bíblia, ele saberá que algo muito importante se passa. Se essa atitude reflete o que ocorre no nosso lar, logo, um hino do hinário da nossa denominação será conhecido dos nossos filhos, assim ocorrerá com a linguagem usada na liturgia e outros elementos do culto.

Tenho um filho de 5 anos. Pra mim, nada mais prazeroso do que abrir a Bíblia dele e ajuda-lo a achar a leitura bíblica. Sinto uma imensa alegria quando me faz perguntas sobre a mensagem bíblica ou faz referencias a termos abordados em casa em nossas atividades devocionais. Nada melhor do que ver minha garotinha cantando: Gloria a Deus o Pai eterno, cujo trono é os céus! Tenho consciência que a compreensão vira aos poucos, mas sinto a alegria de desde pequenos tê-los por perto num momento tão especial. Enquanto escrevo, estou lembrando de Ana que não deixou Samuel em casa. Ela se ausentou do templo, o desmamou e o levou para oferecer ao Senhor. Samuel usava um pequeno éfode. Não sei se ele entendia o valor e os significados embutidos na vestimenta. No entanto, ele estava sendo ensinado a apreciar a casa do Senhor e os ritos sagrados envolvidos.

Quer saber mamãe? Talvez você esteja num momento difícil. Talvez por coisas que possa corrigir (crianças que só apreciam videogames e TV, por exemplo) ou pode ser que seu filho pequeno tenha dificuldades de se adaptar ao culto. Talvez seja uma dificuldade pessoal da criança em se adaptar. Se eu puder lhe dizer algo é que tudo passa. Sim! Se você for firme e paciente essa fase passará. Há um momento em que antes de acompanhar a leitura temos que procurar na Bíblia dos pequeninos e apontar. Há um momento em que você pode perder a leitura devocional ou a própria mensagem para acalmar uma dor, amamentar, trocar fraldas ou acalentar um pequeno que chora. Quando podemos contar com a ajuda do pai ou da avó tudo se torna mais fácil. No meu caso, meu marido tem  que estar no púlpito e meus pais congregam em outro local. No entanto, algo sempre me consolou: saber que Deus estava envolvido naquela situação e que tudo logo passaria. Ele queria e quer meus pequenos no templo. E logo tudo passou.

Quero encorajar você! Quero que persista e não desista. Quando por alguma razão o cuidado com os pequenos impedir você de ir ao templo, separe o momento do culto e ofereça no seu lar um culto ao Senhor. Explique a eles que vocês não puderam ir, mas que farão o culto porque aquele é o momento separado para o culto congregacional.

Se você pode ajudar uma mãe de filhos pequenos, faça-o! Especialmente se percebe que ela não tem alguém que possa ajuda-la. Se ela estiver enfrentando um momento de choro ou birra não se junte ao coro dos que balançam a cabeça em reprovação. Ajude-a! Há momentos em que uma jovem mãe se sente perdida e uma voz branda e calma podem ser providencia de Deus. Por esses dias, meu esposo estava escalado para dirigir um culto. Eu estava com meus dois pequenos no banco. Um casal que me parecia novo na fé tentava sem sucesso acalmar o filho. Houve uma hora em que aquela mãe percebeu a plateia e com lagrimas nos olhos decidiu ir embora. Olhares de julgamento. Ninguém para encorajar e ajudar. Beatriz já dormia em meus braços. Tomei seu irmão sonolento pela mão, a acomodei no colo e saí atras daquele casal. Me apresentei como esposa do dirigente do culto, acariciei o cabelo daquele pequeno que pulava como um cabrito e comecei a conversar com ela e seu esposo. Expliquei como é difícil para uma criança se adaptar em alguns ambientes quando não desenvolve o habito. Falei calmamente com eles e a abracei, disse que passaria e que já passei por momentos difíceis. Conversei com o garotinho sobre estar na casa de Deus e emprestei a Bíblia da minha pequena para que ele visse durante o culto.  Como me senti feliz em ser instrumento de Deus. Digo isso sem achar que há meritos de grandeza nisso. Era meu dever. Se você é uma irmã mais velha ou mais experiente em algo tem a obrigação cristã de ajudar as mais novas. Mesmo quando há falta de  disciplina, é necessária ajuda e encorajamento.

Eu sempre lembro dos discípulos impedindo as crianças inquietas de chegarem a Jesus. Ele as considerou bem-vindas aos seus braços e as abençoou. O templo é a casa de Deus. É sim lugar de crianças!!! Deixem que elas venham!

No amor do Senhor,
Ana Claudia

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Arroz doce em duas versões- Baunilha ou Leite de côco?

Bom dia a todas!

Ainda é madrugada,enquanto escrevo. Não há nada melhor como escrever assistindo o amanhecer. O silêncio com que esperamos o sol aparecendo e mostrando que ganhamos mais um dia do criador é revigorante. Todavia, o tema não é o sol nascendo, embora pudesse escrever uma infinidade de coisas sobre ele, já que sou uma melancólica romântica facilmente atraída por esse tipo de evento da natureza.

Então, vamos ao que interessa. Recebi de nossa colaboradora, Noelia Lavigne, uma receita muito legal: Arroz doce. Ela que está  gravida, esperando Milena com muito amor e dedicação,  faz as honras da casa e nos apresenta sua versão desse clássico que ultrapassa fronteiras. Agradeço a ela o carinho com o blog e com sua amiga de anos. 

Este post tem um toque de historia pessoal. Minha cozinha tem duas grandes inspirações que remetem a minha trajetória- A cozinha argentina e a cozinha nordestina. As outras influências eu fui  assimilando  ao longo da minha vida adulta, e são construídas a partir de lugares onde morei, de sabores que senti, de fatos que vivi e de erros que como toda aprendiz de cozinheira que gosta do que faz cometi. Gosto de reproduzir e desvendar mistérios das receitas aclamadas da minha infância. Sabe aquele segredinho que as antigas donas de casa tinham? Aquela receita que tem um toque pessoal da mãe?Eu gosto de desvenda-los! Por exemplo, um dos maiores elogios que recebi foi ouvir minha mãe dizer que minha sopa de feijão estava idêntica a de minha avó. Esse é um aroma e um sabor que carrego, junto com as lembranças da minha infância e fazer jus a ela, de alguma forma, me deixou contente.

Uma coisa argentina que ainda vou fazer se chama torta negra. Ela é uma especie de pão doce coberto com açúcar mascavo, simples mas que povoa meus sonhos junto com uma xícara de chá ou café com leite numa manha chuvosa e fria (no Nordeste impossível!). Essa receita também tem um lugar no meu coração porque ela me lembra hermana Sara, uma idosa da igreja missionária na Argentina. Ela se locomovia em cadeira de rodas e meus pais sempre iam busca-la para o culto. Ela sempre fazia uma bandeja de torta negra, pois sabia que eu gostava.  O arroz doce pra mim também tem esse lugar de memória afetiva. Me lembra o gostoso lanche da escuela 56, escola da minha infância, que no meu tempo tinha um cardápio delicioso, embora não tão saudável, e me lembra também a cozinha da minha terrinha em sua versão nordestina. Por ser uma iguaria reproduzida em diferentes lugares do mundo, ela recebe diferentes nomes. Arroz con leche, em alguns países hispanos, arroz doce, no Brasil e Rice Pudding, nos países de língua inglesa.

A receita nordestina leva leite de coco e vai numa direção que lembra mais os sabores típicos do nordeste, pois remete a uma época que se comia a partir do que nossa terra ensolarada produzia. 
Já a receita argentina de Noelia vai numa outra direção de sabores, com uma proposta que  junta o sabor e aroma de baunilha, canela e doce de leite argentino.



A receita da nossa colaboradora argentina:




Arroz con Leche

Ingredientes:

Meia lata de leite condensado ou uma xícara de açúcar ( eu fiz com uma xícara de açúcar demerara), 1 fava de baunilha ou uma colher (sopa) de extrato de baunilha, doce de leite (de preferencia o argentino) e canela para polvilhar.


Preparo:
Ferva o arroz em duas xícaras de água, até que evapore. Acrescentar o litro de leite e o açúcar ou o leite condensado, acrescentar a baunilha e deixar ferver até que engrosse. Pode ser servido com doce de leite de acompanhamento  e canela polvilhada.


Agora, segue uma receita no estilo bem pernambucano, com sotaque e tudo. Esta receita é bem parecida com a receita que eu sigo.Eu apenas achei esse vídeo no youtube e estou reproduzindo para vocês.




E então? Vai ser com baunilha ou leite de coco? Façam e me contem de que receita gostaram mais.

Com carinho,
Ana Cláudia 

Colaboração:
Receita e foto de Noelia Lavigne
Ajuda e cooperação voluntária- Auriene Aline