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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O Culto ao que é antigo... A necessidade do que é novo




Estes dias ouvindo, lendo e aprendendo, eu comecei a perceber duas tendências marcantes em alguns dos meus interlocutores. Uns vivem com toda a intensidade a cultura atual que mais parece um fastfood de coisas rápidas e soluções instantâneas.  São esses, muita vezes de minha idade ou até mais velhos que me fazem parecer uma velhinha decana, por achar que tempo é uma coisa que faz diferença em tudo. Apesar de ser mãe no presente tempo, não me identifico com a praticidade do purê instantâneo, sou do tipo que prefere descascar as batatas. Também fico aturdida com muita coisa que ocorre ao meu redor. Não entendo o correr por correr do meu tempo, nem o expor por expor. Eu ainda pinto com lápis crayon com meu filho, prefiro um diário a postar no face que fui almoçar ou jantar num lugar. Um dia desses ouvi de duas leitoras muito queridas que meu blog era meio coisas de velhinhas... muito texto...Por que não mostrar mais o maridão? Por que não mostrar fotos da roupa nova de Benjamin ou milhares de fotos minhas? Ou talvez filmar o próprio parto e alertar que há exibição de partes intimas... Afinal é isso que atraí multidões e o discurso é que não há nada mais natural do que a nudez humana e o nascimento. Não, eu não sou contra tecnologias, redes sociais, celulares, tabletes, etc. Eu só gosto muito da vida para além disso!!!Eu ainda tomo meu chazinho na caneca todas as noites e prefiro ler a história no livro do que ver o filme...Espirito de velha? talvez...

Eu tento sempre lembrar o que é ferramenta e o que propósito para que o meio que uso para dialogar não se confunda com o que quero dizer. Talvez eu prefira conversar com as pessoas de que mostrar-lhe as coisas... Sei que esse é o nosso tempo! O tempo de usar a internet móvel e assistir TV ao mesmo tempo, de postar cada passo do dia nas redes sociais, de aprender uma coisa e descobrir que ela ficou velha no dia seguinte. De ver todo dia algo ``bombando´´ e atualizar o papo. Serei uma pessoa jovem de espirito velho? Pergunto mais uma vez.


Também tenho o cuidado de que minha tendencia chamada de velhice aguda precoce por uma das minhas leitoras não se converta em um culto ao antigo e às tradições, como se as coisas de uma época passada fossem uma espécie de marco sacro de um tempo dourado e bom. Falo isto porque quando navego pelos mares dos escritos alheios eu vejo duas tendências opostas pelo mundo afora. Numa primeira, há um apego ao novo, a um mundo onde tudo é possível e segundo uma das minhas queridas leitoras ninguém tem tempo para ler textos...no máximo algumas frases de efeito rápidas e alentadoras. Por ela, eu sou um caso perdido!


De um outro lado, vejo uma crescente tendencia a valorizar o antigo em demasia. São pessoas que se apegam a tudo que é antigo como se fosse o melhor. Estes dias li alguém dizendo que se quisermos segurança de nossos filhos, deveríamos buscar por coisas antigas, livros, filmes, desenhos, todos velhinhos cheirando a poeira. Eu gosto das tradições. O primeiro livro completo que li na vida era uma edição bem antiga do meu pai de O Peregrino, eu deveria ter uns 5 anos de idade. Agradeço imensamente a ele por isso. Sim, gosto de coisas tradicionais e acho que elas têm poder de demarcar lugares e a própria história. Confesso que é mais fácil achar coisas antigas que sejam mais sustanciosas. 

No entanto, como mãe acho que não devemos pensar que o fato de algo ser antigo nos põe em segurança. Sodoma e Gomorra também são parte do que podemos considerar cultura antiga, bem como a Babilônia à qual Daniel resistiu. Pessoas que se apegam em demasia ao que ficou pra trás, tendem a ter um olhar saudosista e a se apegar a filosofias passadas pelo simples fato delas serem tradicionais. Não, eu não acho que porque um desenho é antigo, ele transmitirá bons valores e boas mensagens a nossas crianças. Acredito que é mais fácil encontrar boas poesias e textos nas produções que são antigas; no entanto, o que procuro é mais que isso.


Acho que andar na onda da atualidade também é uma barca furada. Não quero fazer tudo como todo mundo faz. Esses dias quando o tempo de TV do meu filho se esgotou, eu o desafiei a brincar e sobre protestos desliguei a TV.Uma pessoa adulta que estava perto me criticou e disse que estou criando meu filho fora da atualidade. Ela teve contato com muitas crianças e aos 3 anos (idade do meu rebento), elas deixavam de brincar com brinquedos e preferiam pular na frente da televisão. Isto é normal, segundo ela. Meninos preferem TV e vídeo games. Eu interpelei que talvez por isso dados numéricos apontem as maiores dificuldades no letramento de meninos que de meninas em nosso contexto atual. Eu quero educar meu filho pra fugir dessa média. 


Embora meu filho estivesse assistindo um programa educativo selecionado previamente e gravado por mim, há vida útil para além disso! Desliguei sim a TV pois quero educar dentro de princípios em que acredito e não do que soa atual... e nós nos divertimos muito construindo uma garagem para seus carrinhos e inventando uma história a partir de objetos.


O que quero dizer afinal? Que nem cultuo o antigo e nem o novo. Pra mim, o mal é uma realidade que existe desde o Edem, não vou ficar cultuando algo porque é medieval. Se eu analisar e fizer sentido, vou usar. Se não, descarto! Não tenho também nenhum interesse de parecer atual, pelo simples fato de parecer. Eu uso as ferramentas presentes como meios...não quero que elas dominem minha vida ou meus filhos. Enfim...pra mim o equilíbrio ainda é examinar tudo que entra na minha casa e reter o que é bom...sou perfeita nisso? Não! Acerto sempre? Não! É fácil pra mim? Não! É fácil, por exemplo, explicar à mãe do amiguinho que lhe acompanha num centro comercial porque seu filho de 2 ou 3 anos não frequenta o Game Station do Shopping Center e fica ao seu lado em todo o trajeto, com apenas pequenos consolos (tomar um sorvete no café, por exemplo), fazendo você parar e demorar mais, enquanto todas as crianças estão lá brincando e não `atrapalhando´´ os pais? Não. É difícil e cansativo. Às vezes talvez seja mais simples e agradável ceder. Porém quem disse que o melhor é sempre o mais fácil? Quem disse que a maternidade é um ajuntamento de coisas fáceis?


  Cheguei à conclusão que nem o velho, nem o novo é a questão... Talvez a questão seja examinar tudo e reter o que é bom, dentro dos parâmetros que regem nossas vidas. Nesse caso os parâmetros bíblicos estão na dianteira. Eita tarefa árdua e cansativa, pelo menos pra mim!!! Para aqueles que se consideram expertos na tarefa, talvez seja fácil. Eu, no entanto, estou tentando! Com erros e acertos, estou tentando! Talvez eu deva terminar esse post logo e orar pra Deus me ajudar nesta tão difícil tarefa.

2 comentários:

  1. Prezada irmã Ana Cláudia, coloquei o vosso blog em minha lista de indicações.
    Parabéns pelo conteúdo.
    Paz do Senhor.

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